O professor de educação física Cláudio Mendes estava terminando uma aula na Escola Estadual Agnelo Correia Viana, no bairro Jardim Leblon, em Belo Horizonte quando fez um descoberta. "Um dos alunos arremessou uma bola em minha direção. Sem pensar, usei, de forma invertida, um cone de sinalização esportivo que segurava em uma das mãos para tentar pegar. a bola se encaixou perfeitamente na boca do cone", diz o professor. Nascia assim, em 2003, o sorvebol, esporte com jogadas similares às do vôlei, onde o diferencial é que a bola só pode ser tocada por meio do cone que é segurado pelos jogadores.
O nome sorvebol é uma brincadeira lúdica com os equipamentos usados pelo esporte. "A bola em cima do cone lembra a aparência de um sorvete de casquinha", diz o Cláudio Mendes, que, além de lecionar, é presidente da Confederação Brasileira de Sorvebol. Ele afirma ter desenvolvido e estudado movimentos e regras durante seis meses, antes de chegar ao formato final.
As partidas são disputadas em dois sets de 21 pontos, sendo que cada ponto é marcado quando a bola toca a quadra do adversário. Os jogadores devem dominar a bola com o seu cone para depois tocar para um companheiro ou mandar diretamente por cima da rede. Tudo isso em menos de três segundos. O sorvebol pode ser praticado em três modalidades: individual (1x1), duplas (2x2) e quartetos (4x4).
Três anos depois, o esporte começou a se espalhar por Belo Horizonte. Em 2006, Cláudio Mendes realizou o primeiro campeonato de sorvebol, reunindo equipes de 30 escolas da região norte da capital. No ano seguinte, surgiu o BH Open, torneio, desde então, disputado anualmente e que, hoje, possui 200 escolas participantes. "As finais do ano passado foram disputadas no Mineirinho, em meio à greve dos caminhoneiros. Mesmo com os problemas causados pela paralisação, a gente teve um público estimado de cinco mil pessoas, entre jogadores e outros alunos" conta o professor.
A modalidade rompeu barreiras e está de malas prontas para conhecer outros estados. O sorvebol entrou na lista de atividades do prgrama Rua da Gente, promovido pela Prefeitura de São Paulo com o objetivo de levar cultura e lazer para diversos pontos da capital paulista aos finais de semana. "O convite partiu da Secretaria Municipal de Esporte de São Paulo. No final de agosto, tivemos uma reunião com o prefeito Bruno Covas para demonstrar o nosso esporte e ele se mostrou muito animado. Temos a ideia de expandir o sorvebol para as escolas paulistas", revela Cláudio Mendes.
No vídeo abaixo, veja como é uma partida de sorvebol: