Uma verminose que pode ser transmitida ao se comer esse tipo de carne crua é a difilobotríase, que é uma infecção causada pelo parasita conhecido popularmente como "tênia dos peixes" (Diphyllobothrium latum). O verme pode atingir até 10 m de comprimento no intestino delgado do homem. A doença, geralmente, é assintomática, com indícios pouco específicos, como náuseas, vômitos, diarreias e dores abdominais. Normalmente, o verme é mais encontrado em salmões, mas também pode contaminar outros peixes crus, mal cozidos ou defumados em temperaturas inadequadas.
Segundo estudo do Centro de Vigilância Epidemológica, 100% dos pacientes infectados tinham costume de consumir de peixe cru, sendo que 48,5% comiam salmão e outros tipos de pescado, e 51,5% ingeriam apenas salmão.
Outra parasitose conhecida dos peixes é a anisaquíase, frequentemente encontrada em animais marinhos. Entretanto, algumas espécies também podem ser encontradas em peixes de água doce, inclusive no Brasil, podendo infectar o homem e comprometer o funcionamento do intestino delgado.
O congelamento do pescado mata as larvas e garante a segurança do consumo da carne crua, além disso, a larva é visível ao olho humano, podendo ser identificada e retirada com uma inspeção mais rigorosa durante o manuseio do peixe.
Sob controle
De acordo com a veterinária Lilian Teixeira, professora de Inspeção e Tecnologia de Pescado da UFMG, a incidência dessas parasitoses, por aqui, é baixa. Os pescados que chegam ao Brasil passam por uma inspeção antes de serem comercializados. "Não é um problema alarmante, porque normalmente os peixes são congelados. O segredo, como qualquer produto de origem animal, é tomar cuidado com o processamento, a higiene e a inspeção", destaca a especialista.