A bebida é artesanal, levemente gaseificada e surge da fermentação do conhecido chá preto adoçado com açúcar. O líquido resultante é uma combinação de micro-organismos (leveduras e bactérias) de gosto amargo e cheiro avinagrado.
A origem do kombucha é desconhecida, mas, ele é consumido nos países asiáticos e no leste europeu há milhares de anos, tendo ganhado destaque no ocidente somente nos últimos anos.
De acordo com a nutricionista Edith Zulato, do Conselho Regional de Nutricionistas da 9ª Região, por ser um chá fermentado e rico em micro-organismos benéficos ao organismo humano, ele pode auxiliar no processo de emagrecimento; na prevenção e controle de doenças, como o aumento de colesterol ruim e aumento da glicemia; além de ajudar na eliminação de toxinas.
"Porém, são poucos os estudos a respeito desse nutriente e existem relatos que o consumo excessivo desse chá pode levar a alterações hepáticas. Portanto, são necessárias mais pesquisas a longo prazo para avaliar e concluir todos os benefícios", alerta a especialista.
O processo de produção do kombucha não é dos mais bonitos, uma vez que o fungo acrescentado (chamado de scoby) tem uma aparência gelatinosa e fica flutuando sobre o líquido por até duas semanas. Ao fermentar, outros fungos são produzidos e, estes, podem ser aproveitados na produção de mais chá fermentado. Por conta desse processo, o novo "chá da moda" para quem quer emagrecer contém uma pequena quantidade de álcool, mas, como está abaixo de 0,5%, a bebida não é considerada alcoólica.
Tendência
O consumo de produtos fermentados, como kefir, chucrute e leitelho, tem se tornado uma nova tendência para quem leva a vida de forma saudável. Segundo Edith Zulato, esse tipo de alimento ajuda manter e regular a saúde intestinal e, consequentemente, melhora a qualidade de vida e previne doenças. Esses produtos são ricos em micro-organismos benéficos (probióticos) que, quando associados ao consumo de alguns carboidratos, produzem ácido láctico, ácido acético, vitaminas do complexo B, entre outros nutrientes.
"Quando adquirimos uma microbiota intestinal equilibrada, os patógenos [micro-organismos causadores de doenças] são combatidos no intestino, proporcionando um estado de maior saúde e com menor probabilidade de patologias", explica a nutricionista.
Ainda conforme a especialista, a fermentação de alimentos crus se transforma em probióticos, essenciais para a manutenção da flora intestinal. Ela alerta, no entanto, que é preciso observar a procedência desses produtos, pois, devido à forma com que são feitos, podem acabar se contaminando facilmente e, assim, deixam de ser úteis e passam a prejudicar a saúde.
Edith ressalta, também, que alguns alimentos fermentados, como queijos, vinhos e laticínios, são ricos numa substância intitulada tiramina, que pode desencadear sintomas de enxaqueca em algumas pessoas.