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Saiba a diferença entre alimentos prebióticos, probióticos e simbióticos

Esses produtos são essenciais para a manutenção da flora intestinal e, consequentemente, para nossa saúde


postado em 04/12/2017 11:29 / atualizado em 04/12/2017 11:29

Os alimentos chamados de prebióticos, probióticos ou simbióticos são os que favorecem a flora intestinal, seja por possuírem micro-organismos benéficos, seja por servirem de alimento para as bactérias do intestino(foto: Pixabay)
Os alimentos chamados de prebióticos, probióticos ou simbióticos são os que favorecem a flora intestinal, seja por possuírem micro-organismos benéficos, seja por servirem de alimento para as bactérias do intestino (foto: Pixabay)
Iogurte, alimentos integrais e queijos. Esses produtos têm em comum os benefícios que proporcionam para o organismo, ao favorecerem a saúde e a manutenção da flora inetstinal –  bactérias benéficas que vivem no intestino humano. De acordo com a professora Susana Marta Isay Saad, pesquisadora do Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center) da USP, os alimentos relacionados à microbiota intestinal podem ser definidos como: probióticos, que são compostos por micro-organismos vivos que, administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde de quem os ingere; prebióticos, ou componentes não digeríveis que estimulam a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no intestino (cólon), beneficiando o indivíduo hospedeiro dessas bactérias; e simbiótico, que é um produto que combina os prebióticos e os probióticos.

Muitos especialistas recomendam a ingestão desses três tipos de alimentos por trazerem efeitos benéficos para a saúde, como a redução do colesterol, a diminuição do risco de câncer de cólon e o controle da pressão arterial. A especialista alerta, porém, que esses efeitos ainda estão sendo estudados. "Os probióticos são bactérias que, em primeiro lugar, conseguem passar a barreira do estômago, que é muito ácido, e chegar ao intestino, intactas. Ao chegar lá, elas colonizam temporariamente a mucosa intestinal, e aí começam a competir com outras bactérias, inclusive as patógenas [perigosas], reduzindo o risco de ocorrência de doenças intestinais como a diarreia", esclarece Susana Saad.

A pesquisadora chama a atenção para o fato de que essa colonização das bactérias dura pouco. "A ingestão desse tipo de alimento funcional tem de ser um hábito, pois ela é profilática. Não adianta tomar um iogurte hoje e depois nunca mais. A colonização [das bactérias benéficas] dura uma semana, no máximo 15 dias”, comenta a professora da USP.

Os probióticos são geralmente encontrados em produtos lácteos, como o leite fermentado. "O Shirota [cientista japonês Minoru Shirota], que isolou a bactéria presente no Yakult, começou a pesquisar os benefícios dos probióticos no Japão ainda na década de 1930. Ele isolou uma bactéria, primeiramente chamada de Lactobacillus acidophilus Shirota e, posteriormente, denominada Lactobacillus casei Shirota, que é a base do Yakult", explica a especialista, lembrando que os benefícios dos probióticos já eram conhecidos desde o início do século.

De acordo com ela, os prebióticos são essencialmente as fibras – o ser humano não produz enzimas que digerem as fibras, que são consumidas por bactérias intestinais. "As fibras prebióticas, além de chegarem intactas ao intestino, são aquelas que estimulam apenas a proliferação das bactérias benéficas", diz a pesquisadora. Ela cita a inulina, um polímero da frutose, como um exemplo de prebiótico. "Ela é isolada por processos industriais e adicionada aos alimentos. Os prebióticos estão presentes nas plantas, mas em pequena quantidade. Uma fonte muito conhecida é a raiz da chicória", comenta Susana Saad.

A professora afirma que, principalmente fora do Brasil, já é possível encontrar queijos, sorvetes e até produtos à base de soja com probióticos e prebióticos. Ela e sua equipe já patentearam sete alimentos contendo probióticos, entre eles, queijo petit-suisse, uma barra de cereal com sorvete, margarina, açaí na tigela e sobremesas lácteas e não lácteas.

(com protal do Food Research Center da USP)

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