Revista Encontro

Bem-estar

Camu-camu pode ajudar a tratar a obesidade

Fruta típica da Amazônia traz benefícios para o metabolismo, segundo estudo

Marcelo Fraga
É sabido que a obesidade é um grave problema de saúde que leva a complicações cardiovasculares, como infarto e AVC, muitas vezes causando a morte.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, no mundo, mais de dois bilhões de pessoas são obesas. No Brasil, são 40 milhões de indivíduos com excesso de peso, segundo pesquisa divulgada em janeiro deste ano pelo Ministério da Saúde. Os números aumentam a cada novo levantamento. Por isso, a Ciência está sempre tenta entender melhor o problema e busca novas formas de tratamento, mais eficientes.

Nesse sentido, a mais recente descoberta está ligada a fruta ainda pouco conhecida dos brasileiros, mas que é nativa da Amazônia, chamada camu-camu (Myrciaria dubia), que traz benefícios no controle da obesidade. Esta conclusão faz parte de um estudo realizado na Universidade Laval, do Canadá, publicado no periódico científico Britsh Medical Journal e divulgado pelo site Medical News Today, que é especializado em notícias científicas.

A camu-camu é uma fruta pequena, de casca vermelha e verde (semelhante à maçã gala), com formato e tamanho parecidos com os de uma uva. Ela pode ser encontrada na região da floresta Amazônica no Brasil e no Peru. Atualmente, segundo o Medical News Today, o Japão é um dos maiores consumidores dessa iguaria rica em nutrientes.

Apesar de ter um sabor que não é dos mais agradáveis, os pesquisadores canadenses descobriram que a camu-camu tem boa quantidade de antioxidantes, substâncias comprovadamente benéficas para a saúde.
Além disso, a fruta amazônica possui uma impressionante reserva de vitamina C: são 3.000 mg da substância a cada 100 g da fruta. Para se ter uma ideia, a mesma quantidade de acerola possui 1.790 mg do nutriente. Já a laranja possui apenas 40 mg de vitamina C a cada 100 g.

Testes

Com tantas propriedades, os cientistas da Universidade Laval decidiram incluir a pequena fruta amazônica em pesquisas sobre metabolismo e obesidade. Para descobrir se o produto realmente serial capaz de atuar contra o excesso de peso, eles realizaram testes em cobaias.

Os animais foram separados em dois grupos e alimentados, durante oito semanas, com uma dieta rica em açúcares e gorduras, porém, parte das cobaias ingeriu pedaços de camu-camu, diariamente. Os roedores que comeram a futa durante o período de análise engordaram 50% menos que os demais. Seus níveis de glicose e insulina no sangue também se mostraram melhores do que o do grupo que manteve a dieta hipercalórica, de acordo com o Medical News Today.

Outro aspecto observado nos ratos que ingeriram a fruta é que a flora intestinal continha mais micro-organismos benéficos e menos bactérias nocivas, responsáveis por causar inflamações.

Em outro momento do estudo, os pesquisadores canadenses transplantaram bactérias benéficas do organismo dos ratos alimentados com camu-camu para outros roedores que não tinham esses micro-organismos na flora intestinal. Após o transplante, os cientistas observaram que as cobaias que receberam as bactérias benéficas também tiveram a saúde melhorada.

O próximo passo do estudo, de acordo com os pesqusiadores é a realização de testes clínicos em humanos..