Um estudo desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP descobriu uma forma de usar ultrassom de alta potência para hidratar feijão e milho, de forma a reduzir o tempo de processamento na indústria. A nova tecnologia permitirá também, em breve, a adição de mais nutrientes vitamínicos aos grãos.
Em escala industrial, a hidratação de grãos demanda tempo e gasto de energia, o que leva em média o consumo de oito a 14 horas para realização de todo o processo. Utilizando ultrassom, o tempo foi reduzido entre cinco e seis horas, explica Alberto Claudio Miano Pastor, autor da pesquisa, em entrevista para o site da Esalq.
Além de mais rápido e barato, o processo de aplicação de tecnologia de ultrassom permite a adição de componentes ao produto como o ferro e vitaminas. "A aceleração desse processo, no caso do feijão, por exemplo, ocorre na indústria a partir do aumento da temperatura, o que pode prejudicar o produto e consumir grande quantidade de energia. Aqui, nós aceleramos o processo sem aumentar a temperatura e ainda incluímos ferro, um componente que combate a anemia, um problema grave em países em desenvolvimento", diz o pesquisador.
Segundo Alberto Pastor, a hidratação é uma etapa inicial do processo de industrialização e pode ser empregada em diversas finalidades: no cozimento do grão, na germinação, na malteação e na produção de brotos.
"Pretendemos incorporar outros nutrientes aos grãos, como vitaminas e carotenoides, com o objetivo de se obter um grão de maior valor nutricional", comenta o cientista.
(com divisão de comunicação da Esalq e Jornal da USP)