De acordo com matéria divulgada pela emissora britânica BBC, 37 cientistas comandados pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram uma dieta que promete alimentar 10 milhões de habitantes e, ao mesmo tempo, causar o menor impacto possível ao meio-ambiente. Ela foi chamada de dieta da saúde planetária.
Em artigo publicado no periódico científico The Lancet no dia 16 de janeiro deste ano, os pesquisadores afirmam que queriam descobrir uma forma sustentável de alimentar milhões de indivíduos durante décadas.
A nova dieta não elimina completamente a carne e os laticínios, que são responsáveis pela degradação de milhões de ehctares de florestas em todo o mundo, mas apresenta mudanças drásticas em relação aos produtos consumidos. Por exemplo, a recomendação em relação à carne vermelha está limitada à ingestão de um hambúrguer por semana ou um bife grande por mês. Paralelamente, a pessoa pode comer algumas porções semanais de peixe e frango.
O restante das proteínas necessárias para o funcionamento adequado do organismo deverá ser obtido de verduras e legumes.
Os cientistas recomendam também o consumo de nozes e de uma porção generosa de vagens (como feijão, grão de bico e lentilha) diariamente.
Na dieta da saúde planetária, frutas, verduras e legumes devem representar metade de cada refeição diária – porém, há restrição em relação aos vegetais "ricos em amido", como a batata.
Aqui está uma sugestão de consumo da nova dieta:
- Nozes: 50 g por dia
- Feijão, grão de bico, lentilhas e outras leguminosas: 75 g por dia
- Peixe: 28 g por dia
- Ovo: 13 g por dia (pouco mais de um por semana)
- Carne: 14 g de carne vermelha e 29 g de frango por dia
- Carboidratos: 232 g por dia de grãos integrais, como pão e arroz, e 50 g de legumes e verduras ricos em amido
- Laticínios: 250 g por dia (equivalente a um copo de leite)
- Legumes: 300 g por dia
- Frutas: 200 g por dia
- Açúcar: 31 g de açúcar por dia
- Óleos (inclusive azeite): 50 g por dia
Para o pesquisador Walter Willet, professor da Universidade de Harvard, em conversa com a BBC, a dieta não deve ser tão rejeitada por apresentar um cardápio muito variado. "Os alimentos podem ser conjugados de milhares de maneiras diferentes. Não se trata de uma dieta restritiva, mas sim, de uma alimentação saudável que é ao mesmo tempo flexível e agradável", comenta o cientista..