As alergias alimentares são muito comuns. Para se ter uma ideia, a estimativa é que somente nos Estados Unidos mais de 15 milhões de pessoas sofram com esse tipo de problema de saúde, de acordo com a Food Allergy Research & Education (Fare), organização americana que desenvolve pesquisas sobre o tema.
Porém, há outra questão relacionada a essa condição: muitas pessoas deixam de comer determinados alimentos acreditando, equivocadamente, que possuem algum tipo de alergia.
Numa pesquisa publicada recentemente na revista médica Jama Network, um grupo de cientistas de diversas instituições americanas reuniu 40 mil voluntários – todos homens adultos – e descobriu que 19% (7,6 mil) deles acreditavam ter algum tipo de alergia alimentar, o que não se comprovou com análises clínicas. Por outro lado, apenas 11% (4,4 mil) dos participantes realmente tinham reação alérgica a certos alimentos.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o médico Ruchi Gupta, um dos autores da pesquisa, fala sobre os resultados observados: "As conclusões nos mostram que é muito importante que as pessoas busquem um diagnóstico preciso nos casos de possíveis alergias alimentares, pois pode ser que seja algo simples e tratável, como intolerância à lactose, ou casos graves que podem levar à morte".
Ainda segundo o pesquisador, outro problema dessa falsa sensação de alergia é que ela pode levar a pessoa a realmente desenvolver algum tipo de reação adversa ao alimento que acredita ser alérgica.
Já em relação à alergia alimentar confirmada por um profissional da Medicina, Ruchi Gupta lembra que é igualmente importante que o paciente saiba reconhecer os sintomas da anafilaxia – reação alérgica aguda, que pode ser fatal.
O estudo americano publicado na Jama Network também descobriu que os alimentos que mais levam as pessoas a acreditar que possuem alergia são os frutos do mar. Em seguida, aparecem leite, amendoim, nozes, peixes, ovos, trigo, gergelim e soja.