Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Médica e de Saúde do Sul da Austrália (SAHMRI, na sigla em inglês), acreditam ter encontrado a explicação para o fato de que dietas ricas em proteínas não são saudáveis %u200B%u200Be podem levar a uma redução na longevidade. A pesquisa foi publicada na revista científica Current Biology no dia 14 de fevereiro.
Os cientistas usaram vermes e moscas para investigar como a dieta hiperproteica influencia na velocidade de síntese das proteínas. Os resultados mostram que o ato de acelerar a síntese proteica pode levar a erros que estão relacionados a um tempo de vida mais curto. Estas descobertas reforçam pesquisas anteriores que sugerem que os carboidratos não são necessariamente os "inimigos" das dietas.
O pesquisador Christopher Proud, do SAHMRI, um dos autores do estudo, citado pelo portal americano Medical Xpress, afirma que a ciência sabe há algum tempo que comer demais, em particular alimentos ricos em proteína, reduz a expectativa de vida. "E agora sabemos por quê. Nossa equipe demonstrou que o aumento dos níveis desse nutriente acelera a síntese de proteínas dentro das células. Quanto mais rápido ocorre esse processo, mais erros são cometidos. É semelhante às atividades cotidianas como dirigir: quanto mais rápido você for, maior a probabilidade de cometer um acidente. O acúmulo de proteínas defeituosas dentro das células compromete a saúde e reduz a expectativa de vida", esclarece Proud ao Medical Xpress.
O estudo também reforça a associação entre uma dieta pobre em proteínas e rica em carboidratos – exceto o açúcar comum – a vidas mais longas e saudáveis, - especialmente quando se trata da saúde do cérebro. "Carboidratos têm uam péssima reputação, especialmente em relação à dieta, mas a chave é o equilíbrio e saber a diferença entre os carboidratos 'bons' e os ruins", afirma o pesquisador.
"O consumo de carboidratos ricos em fibras, como os encontrados em frutas, vegetais e grãos integrais, além de sementes não processadas, produz os benefícios mais desejados. Isso é semelhante à tradicional dieta do Mediterrâneo, que tem fortes ligações com a longevidade", comenta Christopher Proud.