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Ovo volta a ser associado a problemas cardíacos e até morte

Estudo aponta o colesterol presente na gema como o 'vilão'


postado em 18/03/2019 09:22 / atualizado em 18/03/2019 09:26

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

De tempos em tempos surgem pesquisas relacionadas ao consumo de ovo. Recentemente, um estudo finlandês, publicado no final de 2018, associou o consumo de ovo à prevenção do diabetes tipo 2 – o corpo não produz a quantidade suficiente de insulina. Agora, uma pesquisa americana revela que a ingestão diária de apenas uma unidade desse alimento aumenta em 12% o risco de ataque cardíaco fulminante e em 16% as mortes prematuras.

Publicado na edição de março do jornal científico JAMA, o estudo liderado pela Universidade de Northwestern, dos Estados Unidos, revela que o problema é a ingestão excessiva de colesterol (LDL ou lipoproteína de baixa densidade), presente nas gemas – são cerca de 186 mg de gordura ruim num ovo grande. "A mensagem que queremos passar é sobre o colesterol, muito presente nos ovos. Como parte de uma dieta saudável, as pessoas precisam consumir quantidades menores de colesterol. Pessoas que consomem menos colesterol têm menor risco de doença cardíaca", comenta a pesquisadora Norrina Allen, co-autora do estudo, em entrevista para o site da universidade americana.

O estudo avaliou quase 30 mil americanos num período de 30 anos. Eles responderam questionários sobre o que haviam comido no ano ou no mês anterior. Durante a pesquisa, foram registrados 5,4 mil eventos cardíacos e 6.132 mortes súbitas. Os voluntários que comiam 300 mg de colesterol LDL por dia tivera 17% mais chance de sofrer um problema cardiovascular e risco 18% maior de morrer subitamente. A ingestão de três ou quatro ovos por semana foi associada a um aumento de 6% no risco cardíaco e de 8% para mortes súbitas.

"Nosso estudo mostrou que se duas pessoas têm exatamente a mesma dieta e a única diferença era a quantidade de ovos, então você pode medir diretamente o efeito do consumo de ovos nas doenças cardíacas. Descobrimos que o colesterol, independentemente da fonte, foi associado a um risco aumentado de doença cardíaca", afirma Norrina Allen ao site da Universidade de Northwestern.

Vilão ou mocinho?

Levando em conta os resultados do estudo, os cientistas recomendam que as pessoas reduzam a ingestão de colesterol, evitando alimentos ricos em LDL, como ovos e carne vermelha. Mas eles afirmam que não é preciso banir completamente os ovos e outros alimentos ricos em colesterol das refeições. Ainda mais porque costumam ser boas fontes de nutrientes, como aminoácidos essenciais, ferro e colina. O ideal é dar preferência para as claras ou comer ovos inteiros com moderação.

"Queremos apenas lembrar as pessoas de que há colesterol nos ovos, especificamente nas gemas, e que isso gera um efeito negativo", diz Allen, que costuma preparar ovos mexidos para os filhos de manhã. "Coma com moderação", completa a pesquisadora.

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