Gentileza: a voz baixa e os gestos delicados são a marca registrada do chef Rodrigo Fonseca, do Taste-Vin - Foto: Violeta Andrada/EncontroEngenheiro por formação, Rodrigo é um homem dos cálculos. Há pouco tempo, resolveu vender sua parte na sociedade da importadora de vinhos Premium. "A intenção era diminuir um pouco as atividades e ficar mais disponível para família e para mim. Aí, fiz as contas e achei que teria uns 25% a mais de tempo livre", diz. Doce ilusão. As horas de ócio acabaram transformando-se em laboratórios constantes dentro da cozinha de seu restaurante, o Taste-Vin, que mais uma vez foi eleito o Melhor da cidade por Encontro Gastrô – O Melhor de BH 2019. Com os livros e cadernos de receitas nas mãos, o chef tem revisto procedimentos, refeito antigos preparos. "Outro dia, peguei um molho que precisa ficar 10 horas em fogo baixo. Aí me perguntei: mas quem disse que precisam ser 10 horas? Não me lembrava por que tinha estipulado esse tempo", diz.

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É um momento de reencontro com temperos, panelas e anotações. É tempo também de se deixar levar e respirar novos ares. Só neste ano ele esteve na Itália, Portugal e Canadá, onde foi visitar a netinha Olivia, que chegou ao mundo em março. Em breve, a pequena também terá a chance de ter seu próprio chef particular preparando seus pratos preferidos. "Cozinho muito em casa. Meus filhos gostam", diz ele, referindo-se a Tomaz, Laura e Tiago. Quiche Lorraine, arroz de pato e tarte tatin não podem faltar nos encontros de família. "Fazia tempo que estava querendo fazer um Cacio e Pepe, mas vinha fracassando", conta, com bom humor. Durante uma viagem, achou um livro com a receita do clássico romano que, apesar dos escassos ingredientes – queijo pecorino, pimenta-do-reino, massa e água –, é uma das receitas italianas mais difíceis de ser preparadas. Ao voltar para casa, testou e deu certo. "Ficou bem boa." Temos certeza disso, Rodrigo - mas bem que poderíamos provar!