Infelizmente, a adulteração de azeite no Brasil é comum. Por isso, a Agência Minas convidou especialistas para ajudar os consumidores a escolher azeites de oliva de qualidade, evitando, deste modo, levar para casa produtos de procedência duvidosa.
Rótulo
A primeira dica é ler o rótulo com atenção. "Há características interessantes a serem observadas no momento da compra, como, por exemplo, o frescor e a data do envase - quanto mais jovens os azeites, melhores suas características", recomenda o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Luiz Fernando de Oliveira, em entrevista à agência de notícias do Governo de Minas Gerais.
Outro aspecto importante, que também deve ser observado no rótulo do azeite de oliva é o local de envasamento do produto. De acordo com o especialista, os consumidores devem dar preferência para os azeites que foram extraídos e envasados no mesmo local. Isso porque os que são produzidos num lugar e engarrafados em outro "têm mais chances de serem adulterados".
Embalagem e local de armazenamento
Na hora de comprar um azeite, vale prestar atenção à embalagem do produto, que deve ser escura e de vidro, segundo a azeitóloga Ana Beloto. "As latas poderiam ser uma opção interessante pela proteção da luz, porém, após abertas, não oferecem a mesma vedação", observa a especialista, também em entrevista à Agência Minas.
O local onde o produto fica disponível no comércio, também é importante para a garantia da qualidade. De acordo com Luiz Fernando de Oliveira, os azeites devem ficar armazenados em locais frescos e protegidos da luz.
Preço
Ana Beloto alerta que é bom desconfiar de azeites de oliva baratos, pois a azeitona é um produto relativamente caro e, para produzir um litro de azeite são necessários cinco quilos do fruto da oliveira. E essa proporção é ainda maior quando o azeite é fabricado no Brasil. "Na região da Serra da Mantiqueira, são necessários, em média, 10 kg de azeitona para cada litro de azeite produzido", lembra a azeitóloga.
O engenheiro agrônomo Pedro Moura também destaca o preço mais elevado como um dos fatores que apontam para azeites de qualidade. "Os azeites importados, que atendem quase a totalidade do mercado consumidor brasileiro, têm um custo menor de produção, mas existem as despesas com transporte e impostos, além de outros fatores que interferem no valor final do produto", esclarece.
Acidez
Luiz Fernando de Oliveira explica que a acidez é um dos parâmetros que podem indicar a qualidade de um azeite, mas não deve ser levada em consideração isoladamente. "Nem sempre um azeite com acidez baixa vai agradar o consumidor, pois ele pode não gostar do aroma, do amargor ou da picância do produto", analisa. "Nesse caso, a pessoa deve fazer sua avaliação e optar por aquele azeite que mais lhe agrada", completa o especialista.
Em casa...
Depois de seguir as dicas e levar para casa um azeite de qualidade, são necessários alguns cuidados para manter as boas características do produto. Deste modo, até chegar o momento de abrir o azeite, é importante guardar a embalagem num local protegido da luz e do calor. Após a abertura, a geladeira é o melhor local para mantê-lo. "Assim, o azeite conservará suas características de sabor e aroma. Antes de consumir novamente, basta deixá-lo na temperatura ambiente por alguns minutos, para que ele volte a consistência habitual", recomenda Ana Beloto à Agência Minas.
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