Mudanças na gestão e no cardápio
O cardápio também passou por mudanças porque, com o tempo, as refeições acabaram se tornando cada vez mais processadas e sem aquele gosto de comida de verdade responsável pelo sucesso. "Nós reinauguramos o Xodó em dezembro de 2018. Contamos com o chef Paulo Gomide para nos ajudar porque a proposta era trazer um lanche mais saudável e com a cara de BH", conta Juliana Motti. Assim, os pratos voltaram a ser feitos com alimentos frescos e típicos de Minas. "Por exemplo, nós temos o sanduíche que leva o queijo canastra, a compota de jabuticaba e o barbecue de goiabada".
Até mesmo um dos itens mais queridinhos da lanchonete passaram por mudanças, a exemplo das tradicionais caldas dos milk-shakes: agora é 30% a menor quantidade de açúcar na composição. Para as sócias, a reformulação tornou os já conhecidos e diferenciados sabores da sobremesa ainda melhores. Além dos clássicos morango e chocolate, o Xodó também é uma opção para quem quer experimentar um milk-shake diferente, como os sabores ameixa, abacaxi, doce de leite e açaí, que vêm com pedaços de frutas.
Afeto
Ana Paula, Helena e Juliana ressaltam que entre as motivações para comprar o espaço, para além das oportunidades de negócio em um dos pontos mais famosos de BH, foram as memórias e o carinho pelo Xodó. Além das lembranças que elas possuem, contam que são vários os clientes que têm histórias marcadas pelo restaurante. "A gente tem muitos testemunhos dali. Muitos relacionamentos foram feitos, pedidos de casamento, pais que levam os filhos porque sentem saudade do Xodó...", afirma Juliana.
César Gonçalves Viana é funcionário do restaurante há 28 anos e reafirma que o que mais escuta dos clientes são as histórias deles com o Xodó. "Esses dias mesmo eu atendi um cliente que me contou que passou para pegar um milk-shake porque a mãe dele só gosta do sabor de ameixa que só encontra aqui com a gente," conta o gerente do espaço. Para César, a marca se tornou um patrimônio da cidade. "Eu não consigo ver a Praça da Liberdade sem o Xodó. Quem visita os museus ou vem passear na praça passa no restaurante porque é um ponto muito tradicional de BH".
Sempre que sai às ruas, Héctory arruma um jeito de dar uma "esticadinha" até o Xodó. Seu amor pelo restaurante começou quando era criança e continua até hoje, aos 49 anos de idade. Para ele não só a infância, mas todas as fases da vida foram marcadas por momentos no estabelecimento. "Aos meus 7 anos me lembro de já frequentar o Xodó de quinta a domingo porque a minha mãe era expositora da Feira Hippie que acontecia na Praça da Liberdade. Eu ia junto ajudá-la e o meu bônus era ganhar um milk-shake e um beirute", relembra.
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