Conheça histórias de mães que são chefs de restaurantes de BH

Já se pegou fechando os olhos ao morder um pedaço de bolo e, de repente, se viu de volta na cozinha da sua avó? Não é mágica, é o poder extraordinário dos sabores. Doces, salgados, agridoces e até azedos são capazes de nos lembrar do tempero das avós, daquele prato que só uma tia fazia, ou até mesmo, aquela canja que a mãe preparava quando ficávamos doentes. Além do sabor em si, essas comidas são mais especiais porque nos lembram de pessoas que amamos. Principalmente, nossas mães.

E falando em memórias e sabores que aquecem o coração, o Dia das Mães está às portas, uma época em que as receitas ganham ainda mais significado. Neste domingo (12), muitas famílias vão se reunir em volta da mesa para um bom almoço celebrando a maternidade. Quem já tentou fazer essa comemoração em restaurantes nessa data, sabe que esses estabelecimentos ficam lotados, já que todo mundo que celebrar o dia com muito sabor e criar boas memórias. 

Para este Dia das Mães, selecionamos três restaurantes onde o sabor da maternidade é o ingrediente secreto. Conheça as chefs que, além de mães, prometem transformar este domingo em uma linda celebração.

Antes da pandemia de covid-19 mudar o mundo, a chef Ju Duarte, formada em História, se jogou em uma nova paixão que mudaria o curso de sua vida: a gastronomia. Participando de feiras locais, percebeu seu talento natural para a culinária, o que a levou a se dedicar de corpo e alma à Cozinha Santo Antônio. Com a determinação e a força característica de uma mãe, ela não apenas superou os desafios impostos pela pandemia, mas também transformou seu restaurante em um dos mais queridos de Belo Horizonte. Além de ser uma chef renomada, Ju é mãe de três filhos - Henrique, Arthur e Gustavo - e avó de um netinho, papéis que ela considera intrinsecamente ligados à sua vocação na cozinha. "Essa minha jornada na gastronomia está profundamente conectada não só à arte de cozinhar, mas também aos momentos preciosos compartilhados à mesa", reflete Ju.

Com quase 23 anos de história, o D'Artagnan se destaca como um ícone na vibrante cena gastronômica de Belo Horizonte. E por trás desse sucesso está a renomada chef Marise Rache, cuja jornada é tão saborosa quanto os pratos que cria. Quando Marise abriu o D'Artagnan, seus três filhos, Raquel, Carolina e Miguel, já estavam crescidos, o que, de certa forma, aliviou os desafios da maternidade. No entanto, isso não significa que o caminho tenha sido simples. Tornando-se mãe aos 22 anos, Marise descreve essa fase como intensa, já que viveu por quase três anos consecutivos grávida. Essa experiência trouxe uma compreensão profunda dos desafios enfrentados por suas funcionárias que equilibram a maternidade com a carreira. Mas para Marise, a cozinha e a maternidade são duas paixões que se complementam maravilhosamente. Ela credita à sua mãe o amor pela culinária, lembrando-se com carinho dos momentos passados juntas na cozinha. "Minha mãe sempre adorou cozinhar, e nós estávamos sempre lá, observando e aprendendo com ela", diz Marise, com um toque de nostalgia. No D’Artagnan, a expectativa para o Dia das Mães é de casa cheia, celebrando com pratos que prometem encantar todos os paladares. É uma oportunidade perfeita para experimentar a culinária que une tradição, inovação e, claro, muito amor.

Em um dos capítulos mais desafiadores da história recente, a chef Naiara Faria enfrentou simultaneamente a tempestade perfeita: a gestão do seu restaurante La Palma durante uma crise sem precedentes e o início de sua jornada na maternidade. Há três anos, enquanto o mundo se fechava sob medidas restritivas, Naiara descobriu que estava grávida, um momento de alegria entrelaçado com a luta pela sobrevivência do seu negócio. Mas para Naiara, tornar-se mãe não foi um obstáculo, e sim um impulso de determinação. "Ser mãe me deu mais força", afirma ela. Uma força que, na verdade, sempre fez parte de sua essência. Aos 23 anos, já liderava uma equipe de quase 40 pessoas, um feito notável em qualquer carreira, especialmente na gastronomia. Sua jornada foi pavimentada com experiências internacionais, passando por estágios em renomadas cozinhas da França, Itália e Portugal, além de lições valiosas aprendidas com seu pai, o grande chef Ivo Faria. Naiara também destaca um desafio persistente no ambiente da cozinha: o machismo. O sucesso de Naiara e o reconhecimento público do La Palma, evidenciado por uma clientela fiel e apaixonada, são testemunhos de sua competência e dedicação. A história de Naiara Faria mostra que mesmo diante dos desafios mais árduos, é possível encontrar força na adversidade e transformar obstáculos em degraus para o sucesso.