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Astronomia

Cientistas descobrem 24 sinais de rádio 'extraterrestres'

Eles foram gerados de fora da nossa galáxia

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- Foto: Pixabay

Astrônomos australianos descobriram 24 novas rajadas rápidas de rádio (Fast Radio Burst ou FRB, na sigla em inglês), uma espécie de sinal de rádio "extraterrestre", podendo ser originadas de galáxias distantes. Os resultados das observações foram publicados na revista científica Nature.

"Ainda não sabemos em quais galáxias e partes do Universo surgem essas rajadas. Quando a versão finalizada do ASKAP começar a operar, poderemos localizar a posição correta para entender exatamente onde ocorre cada rajada", comenta Ryan Shannon, professor da Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália, no artigo de divulgação da pesquisa.

A primeira vez que os cientistas australianos cogitaram a existência de misteriosas emissões de rádio foi em 2007, quando acidentalmente pulsos eletromagnéticos foram captados pelo telescópio de rádio do observatório australiano de Parkes, no sudoeste do país.

Nos anos seguintes, os astrônomos conseguiram encontrar vestígios de outras nove explosões que, mediante comparações, poderiam ter origem artificial ou até mesmo representar sinais de civilizações extraterrestres devido à inexplicável lógica em sua estrutura.

Posteriormente, astrofísicos perceberam que as rajadas se repetiam e revelavam propriedades incomuns e que não podiam ser comparadas com as versões geradas de forma natural por explosões espaciais.

Ryan Shannon e seus colegas conseguiram dobrar o número de "sinais extraterrestres" observados no céu noturno com o telescópio ASKAP que, segundo os cientistas, terá a tarefa de buscar as fontes de onde se originaram as rajadas rápidas de rádio.

As 24 rajadas rápidas de rádio publicadas na Nature foram identificadas em apenas um mês e meio de observação, dobrando o número de sinais descobertos nos últimos 10 anos.

Para conseguir essa façanha, os cientistas posicionaram o telescópio de rádio de forma a cobrir uma área de cerca de 240 graus quadrados do céu, que corresponde a mil vezes o tamanho da Lua. Com isso, apesar de terem reduzido a precisão na localização das fontes geradoras dos sinais, conseguiram ampliar drasticamente a probabilidade de detecção.

Nenhuma dessas 24 rajadas se repetiram no decorrer das observações, o que indica o caráter único delas. Por outro lado, o estudo do espectro desses sinais mostrou que todos eles foram gerados muito além dos limites da nossa galáxia.

(com Agência Sputnik).