O Brasil é o país que apresenta a matriz energética menos poluente entre as principais nações consumidoras globais de energia, sendo a nação com maior participação de fontes renováveis, de acordo com um relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE) nesta segunda, dia 19 de novembro.
Segundo o levantamento, o país deverá somar quase 45% de fontes renováveis no consumo final de energia em 2023, principalmente em função da bionergia nos transportes e na indústria e em relação às hidrelétricas. Atualmente, esse percentual corresponde a cerca de 43%.
Para Faith Birol, diretor executivo da AIE, em nota enviada à imprensa, o país é "a estrela ascendente no uso sustentável da energia". "A enorme parcela de renováveis na matriz energética brasileira é uma fonte de inspiração para muitos países em todo o mundo. A ênfase que o governo brasileiro tem colocado nas energias sustentáveis é única", comenta Birol.
Quem também destaca a posição brasileira no ranking da energia renovável é Heymi Bahar, analista de Mercados de Energias Renováveis da AIE. "Queremos que outros países sigam os passos do Brasil na questão dos renováveis para cumprir os compromissos do Acordo de Paris [sobre mudanças climáticas]. O país tem muito a mostrar ao mundo", diz Bahar, um dos principais autores do relatório, no mesmo comunicado.
O documento da Agência Internacional de Energia indica que o ano de 2020 será "crucial" para as políticas de biocombustíveis ao redor do mundo pois entrará em vigor na China a mistura obrigatória de 10% de etanol à gasolina. Além disso, no Brasil, a previsão é de que a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), regulamentada este ano, fortalecerá as bases econômicas da produção de biocombustíveis, acelerando os investimentos em nova capacidade instalada e na produção de usinas existentes. Ainda segundo o estudo, até 2020, a política de biocombustíveis recentemente anunciada na Índia também deverá resultar em aumento da produção.
O consumo de etanol e biodiesel representou 50% da matriz energética global oriunda de fontes renováveis no ano passado, quatro vezes mais que as fontes solar fotovoltaica e eólica combinadas, informa o relatório. Em 2023, segundo projeção da AIE, a bioenergia deverá permanecer como a principal fonte renovável, "embora sua participação proporcional deva diminuir ligeiramente, devido à expectativa de aceleração da expansão das fontes eólica e solar fotovoltaica no setor elétrico".
(com Agência Brasil)