Astrônomos da Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália, acabam de divulgar a descoberta do que pode representar os vestígios mais antigos da origem do nosso Universo – seriam imediatamente posterior ao Big Bang, momento em que tudo foi originado.
Os cientistas identificaram uma rara e espetacular "nuvem fóssil". "Em todos os lugares onde olhamos, o gás no Universo está contaminado pelo desperdício de elementos pesados das explosões de estrelas", afirma o pesquisador Fred Robert, em comunicado enviado à imprensa.
Entretanto, o astrônomo esclarece que a nuvem em questão parece não ter sido tocada por estrelas há mais de 1,5 bilhão de anos após o Big Bang. Caso ela possua elementos pesados, devem ser menos de 10 mil vezes o que se observa em nosso Sol, podendo, assim, ser considerada uma verdadeira relíquia espacial.
A descoberta foi possível graças à utilização do observatório W. M. Keck, que fica no monte Mauna Kea, no Havai (EUA), e pertence à Associação para Pesquisa Astronômica da Califórnia, em parceria com a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). O local abriga os maiores telescópios óticos e de infravermelho do mundo.
Além da nuvem, os pesquisadores australianos encontraram um quasar que estava localizado atrás da antiga estrutura gasosa. Segundo os cientistas, o quasar emite um forte brilho, fazendo com que ele sirva como uma superfície de luz natural, iluminando o gás na nuvem e permitindo a observação de sombras espectrais de hidrogênio.
Vale lembrar que, em 2011, foram descobertas outras duas "nuvens fósseis", sendo que a primeira das duas foi encontrada acidentalmente, já que elas são muito raras e difíceis de serem vistas.
O atrônomo Michael Murphy, também da Universidade de Tecnologia de Swinburne, diz que a inspeção dessas relíquias fósseis do Big Bang dará a chance de saber quão raras elas são, ajudando a compreender como ocorre a formação de algumas estrelas e galáxias com gás quando o Universo ainda é jovem.
(com Agência Sputnik)