Entre os sinais mais alarmantes da falta de rigor no cumprimento das leis ambientais no Brasil, Bruch ressalta o número de assassinatos de ativistas. De 2000 a 2015, o relatório aponta que 527 ambientalistas foram mortos no país. Honduras e Filipinas são os próximos do ranking, com 129 e 115 assassinatos, respectivamente.
"É claro que esses crimes geralmente não são praticados pelo governo. O que impressiona é que o Brasil não tem sido capaz de frear e punir esses ataques com rigor", diz o especialista da ONU.
Indícios de retrocesso quanto à proteção ambiental também são cercados de preocupação. "É uma ameaça não apenas no Brasil, mas em todo o mundo", afirma Arnold Kreilhuber, da divisão jurídica da ONU Meio Ambiente, também em entrevista à Deutsche Welle.
Segundo o relatório, as últimas três décadas foram marcadas por um crescimento de leis ambientais no mundo.
"Essas leis são essenciais para o desenvolvimento sustentável. Se não passarmos a implementar de fato a legislação ambiental, não faremos a transição para esse novo mundo sustentável de que tanto precisamos, de baixo carbono, que cria novas vagas de emprego, é mais saudável para milhões de pessoas no mundo", justifica Kreilhuber.
(com Deutsche Welle).