Um estudo publicado no dia 28 de janeiro na revista científica Environmental International revela que um grupo internacional de cientistas descobriu genes ligados à formação de superbactérias (resistentes a antibióticos) em um dos lugares mais "remotos" da Terra.
Os genes resistentes a antibióticos (ARG, na sigla em inglês), foram encontrados a aproximadamente 13 mil km do arquipélago de Svalbard, na Noruega. Anteriormente, eles haviam sido detectados na Índia, em 2010.
Amostras recolhidas de oito áreas da região de Kongsfjorden, em Svalbard, revelaram um total de 131 genes de ARG, em particular o gene blaNDM-1.
Esses componentes genéticos vivem no intestino de animais e de humanos e, conforme o estudo recém publicado, provavelmente se espalharam pelo Ártico na matéria fecal de aves migratórias e de turistas.
Pelo fato desses genes estarem associados a nove classes principais de antibióticos, inclusive os aminoglicosídeos ou macrólidos (usados para tratar várias infecções), os cientistas alertam para a disseminação mundial do blaNDM-1 e de outros ARG.
"A invasão de áreas como o Ártico reforça a velocidade e a extensão da propagação da resistência aos antibióticos, confirmando que as soluções para evitar essa resistência devem ser vistas em termos globais e não apenas locais. O que os seres humanos têm feito através do uso excessivo de antibióticos em escalas globais é acelerar o ritmo da evolução, criando um novo mundo de cepas resistentes que nunca existiram antes", comenta o pesquisador David Graham, da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, um dos autores do estudo, citado pelo portal científico Science Direct.
Para vencer esse obstáculo, é necessário "entender todos os caminhos que levam à resistência aos antibióticos", além de ser fundamental "melhorar a gestão de resíduos e a qualidade da água em escala global", afirma a pesquisadora Clare McCann, co-autora do estudo, citada pelo mesmo portal.
(com Agência Sputnik)