Em 1947, um grupo de cientistas americanos criaram o chamado Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock, no original em inglês), uma representação alegórica projetada para ilustrar o quão próxima a humanidade está de causar um evento apocalíptico – descrito como a meia-noite.
Na última quinta, dia 24 de janeiro, o Boletim dos Cientistas Atômicos, responsável pela criação do relógio, emitiram um comunicado público revelando que em 2019 a hora não será alterada. Com isso, permanecemos a dois minutos do fim do mundo – embora não estejamos mais perto do Armageddon do que em 2018, também não fizemos nada para evitar a catástrofe.
O Relógio do Juízo Final foi criado logo após os Estados Unidos jogarem bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em agosto de 1945, como forma de colocar um ponto final na Segunda Guerra Mundial. O objetivo inicial era educar tanto a comunidade científica quanto o público em geral sobre o potencial dessa tecnologia para destruir o mundo.
Em meio ao ambiente da Guerra Fria e devido ao perigo de uma guerra nuclear, o relógio originalmente foi ajustado às sete para meia-noite. Desde então, os cientistas o ajustaram 23 vezes ao longo dos anos. O mais recente aconteceu em 2018, quando o Boletim dos Cientistas Atômicos fixou o relógio em 23h58 – colocando a humanidade simbolicamente mais perto do dia do juízo final do que antes.
De acordo com o relatório divulgado na última quinta (24), não fizemos nada no ano passado para tornar a situação menos precária, como a continuidade da proliferação de armas de destruição em massa e a falta de ações para evitar a mudança climática.
Apesar do relógio permanecer em 23h58, o potencial de qualquer ameaça destruir a humanidade aumentou nos últimos 12 meses, de acordo com o Boletim. "Apesar de inalterado desde 2018, o cenário deve ser tomado não como um sinal de estabilidade, mas como um aviso a líderes e cidadãos em todo o mundo. A atual situação da segurança internacional, que chamamos de 'novo anormal', se estendeu por dois anos. Quanto mais os líderes mundiais e os cidadãos negligenciarem a nova e anormal realidade, mais provável é que o mundo experimente uma catástrofe de proporções históricas", alertam os cientistas americanos.