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Montes de terra podem ser covas milenares na Austrália

Arqueólogos acreditam que estruturas datam de seis mil anos


postado em 28/01/2019 11:58 / atualizado em 28/01/2019 12:17

Montes de terra na região de Mapoon, na Austrália, podem representar covas de aborígenes australianos datadas de seis mil anos(foto: Virtus Heritage/Divulgação)
Montes de terra na região de Mapoon, na Austrália, podem representar covas de aborígenes australianos datadas de seis mil anos (foto: Virtus Heritage/Divulgação)

Arqueólogos encontraram vários "montes de areia misteriosos" numa parte remota do estado de Queensland, na Austrália. Agora, a explicação para essas estruturas parece ter sido revelada.

Os montes, na verdade, são covas contendo restos humanos, que foram enterrados em morros da cidade australiana de Mapoon e que podem ter até seis mil anos. Ou seja, os túmulos simples são mais antigos do que as pirâmides egípcias, de acordo com arqueólogos.

Enquanto o povo aborígene Tjungundji há muito tempo acreditava que os montes continham restos de seus antepassados, outros sugeriram se tratar de formações naturais. "As origens, idade e funções desses montes foram debatidas por pesquisadores há décadas e a idade desses elementos é incerta", comenta a arqueóloga Mary Jean Sutton, da Virtus Heritage, instituição australiana que trata de patrimônio e arqueologia, em entrevista à agência russa de notícias RT.

Segundo ela, tudo indica que os restos descobertos podem ter mais de seis mil anos, mas isso ainda não está certo. "Esta é a data provável, não há como saber exatamente sem cavar, eles são bem antigos. Nossa pesquisa indica, nesta área do norte da Austrália, que as sociedades antigas tinham práticas culturais e fúnebres mais complexas do que as reconhecidas anteriormente, que continuaram durante a era da missão", completa a cientista.

A investigação inicial foi feita com o auxílio de um radar de penetração no solo em 11 montes. Com isso, foram detectados muitos restos humanos enterrados. Ao todo, foram identificados mais de 250 montes de terra ao longo de uma área de 60 km em Mapoon.

(foto: Virtus Heritage/Divulgação)
(foto: Virtus Heritage/Divulgação)

Além do radar, foi usada magnetometria, com autorização dos anciãos aborígenes, já que não danificam a área sagrada. "Nós valorizamos essa tecnologia não invasiva, porque é culturalmente apropriada e não perturba os lugares de descanso de nossos antepassados. Isso ajuda a manter nossa lei cultural e ajuda a proteger e gerenciar nosso patrimônio cultural", comenta Aunty Diane Nicholls, representante dos aborígenes, citada pela RT.

A confirmação de que os montes são covas aborígenes surgiu após um desentendimento dos moradores com uma mineradora que estava com interesse na área. Apesar das promessas da empresa de trabalhar com a comunidade para reconhecer os locais do patrimônio cultural, os descendentes de aborígenes pedem melhores condições de proteção para os lugares sagrados.

"Saber que estes montes estão aqui agora, e que estiveram por muitos anos. Mas, devido à mineração, deve haver alguma proteção e uma lei para protegê-los", continua Aunty Diane.

Na Austrália, Mapoon é conhecida pelos abusos históricos cometidos contra a população aborígene. Na década de 1960, os indígenas australianos foram expulsos e muitas estruturas foram queimadas para facilitar o trabalho das empresas de mineração.

Os arqueólogos agora mapearão os montes na área para determinar se eles são de origem natural ou cultural.

(com Agência Sputnik)

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