Nesta terça, dia 29 de janeiro, a ONG católica alemã Misereor, de ajuda ao desenvolvimento, cobrou esclarecimentos sobre a eventual conivência de empresas alemãs na tragédia da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, que já custou a vida de mais de 60 pessoas e deixou mais de 270 desaparecidos.
Armin Paasch, porta-voz de Economia e Direitos Humanos da ONG, citado pela emissora estatal alemã Deutsche Welle, exigiu da empresa certificadora TÜV Süd, que atestou a estabilidade da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, uma investigação independente do caso e uma eventual participação nas indenizações para as vítimas.
Paasch afirma à Deutsche Welle que a indústria metalúrgica e automotiva alemã, na condição de importadora de matérias-primas, é corresponsável pelo respeito aos direitos humanos por parte de seus fornecedores no exterior, como a Vale.
O porta-voz argumenta que a indústria alemã compra mais da metade de seu minério de ferro do Brasil. "O caso evidencia, mais uma vez, a urgente necessidade de leis que cobrem dever de diligência ambiental e de direitos humanos das empresas, também na Alemanha", diz o porta-voz da ONG à emissora alemã.
Ele cobra do governo alemão que coloque em prática a sua já anunciada intenção de obrigar as empresas alemãs a verificarem se suas redes de fornecedores no exterior respeitam os direitos humanos.
(com Deutsche Welle).