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Meio-ambiente

Usina de dessalinização é muito poluente, diz estudo

Resíduos da transformação da água geram zonas mortas

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- Foto: Pexels

Uma pesquisa conduzida por cientistas do Instituto pela Saúde, Água e Meio-Ambiente, da Universidade das Nações Unidas, no Canadá, descobriu que as usinas de dessalinização (transformação da água salgada em doce) produzem muitos resíduos tóxicos. A informação foi divulgada pelo portal americano Phys.org, especializado em ciência e tecnologia.

Segundo o estudo, publicado no jornal científico Science of the Total Environment, cada litro de água doce extraída do mar ou de salobras gera um litro e meio de salmoura com cobre e cloro, que é jogado diretamente no oceano ou no solo, ocasionando o aparecimento de grandes áreas de água sem oxigênio, ou seja, de zonas mortas.

O volume total produzido pelas mais 16 mil usinas no mundo, todos os anos, pode chegar a 50 bilhões de m³ de salmoura tóxica, e essa quantidade é capaz de cobrir o estado da Flórida (EUA) com uma camada de 30 cm.

Mais de 90% das usinas de dessalinização estão presentes em países ricos do Oriente Médio. Mais da metade de toda a salmoura é expelida pela Arábia Saudita (22%), pelos Emirados Árabes Unidos (20,2%), pelo Kuwait (6%) e pelo Qatar (5,8%).

Além disso, conforme o estudo divulgado pelo Phys.org, a dessalinização está aumentando a temperatura das águas costeiras e reduzindo o nível de oxigênio. O problema é que populações do norte da África, do Oriente Médio e de países insulares do oceano Pacífico dependem dessas usinas para obter água doce, o que piora o problema.

Segundo a ONU aproximadamente uma de cada quatro pessoas vive em regiões com quantidade insuficiente de recursos hídricos, e meio bilhão de sofre com a escassez de água durante todo o ano.

As chamadas zonas mortas, ou com oxigênio mínimo, ocorrem a uma profundidade de 200 a 800 m e, geralmente, surgem como resultado do aquecimento da água e do aumento na concentração de substâncias orgânicas provenientes de esgotos e fertilizantes.

(com Agência Sputnik).