Revista Encontro

Polêmica

Americano paga mais de 400 mil reais para matar espécie em extinção

Ele matou um astor markhor, típico do Paquistão

João Paulo Martins
- Foto: Instagram/Reprodução

O caçador americano Bryan Kinsel Harlan, natural do estado do Texas, está causando polêmica em todo o mundo após pagar US$ 110 mil (cerca de R$ 408 mil) para poder caçar um exemplar de astor markhor (Capra falconeri falconeri), um tipo de cabra original do Paquistão e que está em risco de extinção. A informação foi divulgada pelo site do jornal chinês South China Morning Post.

A caçada foi realizada numa região montanhosa que faz parte da cordilheira do Himalaia. "Foi um tiro fácil, de perto. Tenho o prazer de levar este troféu", comenta Harlan em entrevista ao periódico chinês. Em suas redes sociais ele compartilhou a foto do corpo do animal abatido.

Como se isso não bastasse, o caçador americano compartilhou um vídeo gravado pela mídia local em que aparece atirando na cabra, que é considerada o animal oficial do Paquistão.

Longe de gerar admiração pelo "feito", nas redes sociais houve um forte debate sobre a caça desse tipo de espécie. Alguns paquistaneses, indignados, questionaram se não é proibido matar um exemplar de astor markhor. Outros sugeriram que os turistas fossem levados àquela região do Himalaia para tirar fotos com as cabras exóticas, mas sem a necessidade de matá-las.

Mas Kinsel Harlan não se importou com as críticas. Em uma das entrevistas concedidas após a caçada, ele revelou que é a terceira vez que viaja para o paquistão para caçar animais e sempre termina seus passeios com uma foto do "troféu".

De acordo com o South China Morning Post, esforços para preservar a espécie ganhara um reforço em 2011, quando as autoridades paquistanesas descobriram que existiam apenas 2,5 mil dessas cabras no país.
Em grande parte, a população diminuiu devido à caça ilegal, ação militar e desmatamento.

Para evitar a extinção, o governo criou um programa que estabelece o limite de animais que podem ser caçados. Com relação a esse tipo de caprino, apenas 12 podem ser sacrificados por temporada. E seus caçadores devem pagar uma quantia importante para o estado: 80% vão para as comunidades locais do Himalaia e 20% para as agências protetores da vida selvagem no Paquistão..