Em estudo publicado na última quarta, dia 20 de fevereiro, na revista científica Nature, astrônomos descobriram mais uma lua do planeta Netuno. Seguindo a nomenclatura baseada na mitologia greco-romana, o sétimo satélite natural do Gigante Gasoso recebeu o nome de Hippocamp – ou hipocampo, que eram os animais que puxavam a carruagem do deus Netuno.
A estimativa é que a nova lua tenha aproximadamente 34 km de diâmetro e possua uma órbita estreita e diária em torno do oitavo planeta do Sistema Solar.
No total, Netuno tem outras seis luas internas, que orbitam o planeta uma vez por dia. Quando a sonda espacial Voyager 2, lançada pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) em 1977, passou pelo Gigante Gasoso em 1989, os cientistas descobriram seis satélites naturais na órbita interna do planeta, mas não foi possível detectar Hippocamp, por causa de sua fraca luminosidade e devido ao ângulo da câmera da nave. As outras luas de Netuno estão localizadas a uma distância maior e têm trajetórias mais irregulares.
A lua Hippocamp foi identificada graças a imagens captadas pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa, depois de 30 anos de estudo, que foi liderado por Mark Showalter, pesquisador sênior do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence ou Busca por Inteligência Extraterrestre, em tradução livre).
No artigo recém publicado, os astrônomos afirmam que a nova e minúscula lua pode ter sido formada após um cometa ter colidido com Proteus, o maior dos satélites naturais de Netuno e que é quatro mil vezes maior do que Hippocamp.
"A descoberta do pequeno Hippocamp contribui para a nossa compreensão da história do sistema interno de Netuno. Proteus e Hippocamp estavam ainda mais próximos no passado, porque Proteus está migrando para fora devido a forças de marés (interação gravitacional secundária) com Netuno. Portanto, vale a pena explorar a possível conexão entre essas luas", afirmam os cientistas no estudo.
A equipe de Mark Showalter acredita que a descoberta pode ajudar a "ilustrar os papéis que as colisões e a migração orbital desempenharam na formação do sistema de Netuno que vemos hoje".
(com Agência Sputnik).