Durante experimento com um robô espacial (rover) no deserto do Atacama, no Chile, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) encontrou bactérias extremamente adaptáveis no subsolo árido da região, que é considerado o local da Terra mais parecido fisicamente com a superfície do planeta Marte. Alguns dos organismos encontrados são inéditos para a Ciência. O resultado foi publicado no jornal científico Frontiers in Microbiology nesta quinta, dia 28 de fevereiro.
Como se sabe, o deserto do Atacama é um dos lugares mais secos da Terra, com altas concentrações de radiação ultravioleta. Em alguns locais, que possuem equipamentos meteorológicos, nunca foi registrado um milímetro sequer de chuva.
O rover experimental da Nasa perfurou um buraco de 80 cm de profundidade e extraiu 90 amostras de solo, que estavam "contaminados" com vários micro-organismos.
"Nós encontramos micróbios adaptados aos mais altos níveis de sal, similares ao que se pode esperar da superfície marciana", comenta o cientista Stephen Pointing, professor da Universidade Yale-Nus, em Cingapura, coordenador do trabalho, no artigo recém publicado.
Quanto mais fundo se cava, mais bactérias se encontra na comunidade microbiana. Elas são capazes de se adaptar a solos salgados e alcalinos. Já no fundo da perfuração, as bactérias são substituídas por organismos unicelulares que usam metano para sobreviver. No total, foram detectados três grupos de seres unicelulares: Chloroflexi, Actinobacteria e Alphaproteobacteria.
De acordo com a pesquisa, com a descoberta dos micro-organismos no deserto chileno, cresce a probabilidade de existir em Marte uma vida microscópica semelhantes a esses seres tererstres. No entanto, eles ressaltaram que as condições no Planeta Vermelho são ainda mais duras.
(com Agência Sputnik)