Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) descobriram a primeira evidência geológica de um sistema de antigos lagos subterrâneos interconectados no planeta Marte. Foram identificados cinco lagos que podem conter minerais considerados cruciais para a existência de vida. A informação foi divulgada pelo portal americano CNet.
De acordo com o estudo da ESA, no passado, Marte possuía um sistema de água subterrânea espalhado por todo o planeta. As novas descobertas, feitas pela sonda espacial Mars Express, confirmam o que antes era tido apenas como teoria.
"No início, Marte era um mundo aquático, mas quando o clima do planeta mudou, essa água recuou para baixo da superfície, formando poços de 'água subterrânea'", comenta o cientista Francesco Salese, da Universidade de Utrecht, na Holanda, principal autor do estudo, no artigo publicado no periódico científico Journal of Geophysical Research: Planets, no final de janeiro deste ano. "Rastreamos essa água em nosso estudo, já que seu tamanho e função são alguns dos mistérios em debate, e encontramos a primeira evidência geológica de um sistema de águas subterrâneas em Marte", completa o pesquisador.
Os cientistas examinaram 24 crateras muito fundas no hemisfério norte do Planeta Vermelho, com profundidades de cerca de quatro quilômetros. As estruturas delas contêm características que só podem ter sido criadas pela água, como vales e canais nas paredes da cratera. Além disso, foram identificados deltas escuros que também teriam se formado a partir dos diferentes níveis da água.
Além do aspecto físico, foram descobertos minerais em cinco lagos, incluindo argilas, carbonatos e silicatos. A descoberta acrescenta mais peso à teoria de que Marte abrigou vida em determinado momento de sua história.