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Mercadorias brasileiras sob pressão - Tensão da Rússia e da Ucrânia: a principal razão?

A tensão russa com a Ucrânia tem ganho tons mais sérios e os mercados já reagiram, pressionando as mercadorias brasileiras


postado em 02/03/2022 14:29 / atualizado em 02/03/2022 15:12

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
A pressão do mercado

Com o aumento da tensão entre a Rússia e a Ucrânia, perspectiva-se uma guerra iminente Uma eventual guerra entre os dois países não terá apenas uma influência negativa nos mercados mas sim no Mundo no geral. O não respeitar as fronteiras e a eventual disrupção das mesmas levará a uma sensação de insegurança para a maior parte dos países, criando instabilidade econômica e política na generalidade.

O mercado de mercadorias está sob uma vasta pressão pela instabilidade gerada pela possível guerra e as resultantes sanções comerciais entre países que vão surgir. Porém, esta possível guerra não é a única responsável pela pressão gerada no mercado: a seca severa sentida também coloca um ponto de interrogação gigante na previsão de produção para o ano de 2022.

Especialistas encontram ainda um terceiro fator que poderá explicar a pressão nas mercadorias: rupturas nas cadeias de abastecimento, devido ao baixo volume de produção mas também com o aumento generalizado do preço do transporte.

O que esperar do mercado em 2022

Fatores como inflação interna, perda de renda e incertezas relacionadas com a pandemia COVID-19, bem como questões relacionadas ao clima, que comprometeram a produção de mercadorias, não só no Brasil mas na América do Sul toda, fizeram com que os preços das mercadorias subissem.

Recentemente, a indústria agrônoma reportou que, devido às secas, é esperado uma diminuição de 6% a 10% na produção de mercadorias face ao ano passado. Como consequência, os preços terão de aumentar levando à escassez de produtos e crises de abastecimento.

Apesar das ligeiras melhorias notadas no início do ano, a atividade no Brasil deve permanecer sob pressão ao longo do ano devido à baixa da demanda dos consumidores e da produção industrial. A demanda continuará a ser reduzida pelas pressões inflacionárias e por um mercado de trabalho que tem sido lento a se recuperar após a pandemia.

As eleições gerais programadas para outubro deste ano podem impulsionar o sentimento do mercado no Brasil, levando a maior investimento estrangeiro e consequente recuperação do mercado de mercadorias através da produção industrial, mas para tal é necessário haver uma estabilidade política que permita que isso aconteça.

Consequência dos motivos anunciados anteriormente, é óbvio que haja um aumento no valor total das exportações Brasileiras em 2022. Por sua vez, o aumento em valor não será espelho de um aumento de volume de bens mas apenas o aumento do preço das mercadorias.

Um ponto positivo relacionado com o aumento das exportações é o aumento do valor do Real, pois haverá maior procura pela moeda brasileira levando à valorização das suas cotações face a divisas estrangeiras.

Conclusão

tensão entre a Rússia e a Ucrânia tem vindo a crescer e apesar dos esforços internacionais, já surgem pedidos de governos estrangeiros que seus cidadãos abandonem território ucraniano o mais depressa possível, o que leva a crer que uma guerra entre estes dois países rebente a qualquer momento.

A guerra iminente entre esses dois países é apenas um dos motivos para a crescente pressão no mercado de mercadorias brasileiro. A seca extrema que limita a produção e problemas nas cadeias de abastecimento também fazem com que a previsão da produção seja muito limitada ao longo do ano de 2022.

Possivelmente, investimento estrangeiro poderia “salvar” o mercado, contudo este encontra-se limitado pela falta de estabilidade política no país devido às eleições previstas para outubro.

Por outro lado, o facto do mercado de mercadorias está sob pressão leva à expectativa que haja um aumento do valor das exportações brasileiras em valor mas não em volume, sendo um espelho da crise que se aproxima.

Em consequência é esperado também um aumento do valor do Real Brasileiro devido ao aumento da procura da moeda brasileira para servir de pagamento das exportações.

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