Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com obesidade no mundo triplicou desde 1975. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que o excesso de peso entre os jovens aumentou 110% entre 2007 e 2017. Prova disso é que um levantamento do Google aponta que os brasileiros estão em segundo lugar em buscas por métodos de emagrecimento.
Uma das sugestões oferecidas pelo site de buscas é o balão intragástrico, método apontado como capaz de proporcionar ao paciente um emagrecimento de até 20% do seu peso em seis meses. O procedimento consiste na colocação de um balão por meio de endoscopia (via oral), realizada em ambiente hospitalar e com o paciente sedado. O acessório possui um volume de 400 ml a 700 ml, preenchido com soro fisiológico e azul de metileno. A introdução do balão dura cerca de 20 minutos.
Para tirar algumas dúvidas sobre o balão intragástrico, ouvimos o gastroenterologista Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed):
O balão é para a vida toda.
Mentira. "O paciente pode ficar de seis a 12 meses com o balão, na dependência do modelo empregado. Durante esse período, ele deve seguir acompanhamento com equipe multidisciplinar, que inclui: médicos clínicos, nutricionistas, psicólogos e preparadores físicos para que seus hábitos alimentares e comportamentais sejam alterados", esclarece o médico.
Qualquer pessoa com sobrepeso pode fazer o procedimento.
Mentira.
O balão intragástrico gera outros benefícios além do emagrecimento.
Verdade. "Por proporcionar o emagrecimento, o balão também pode auxiliar indiretamente na prevenção de cânceres associados ao excesso de peso, como esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rins, ovário, endométrio e tireoide. Concomitantemente à mudança de hábitos de vida e perda de peso, há melhora nos níveis de diabetes, colesterol e pressão arterial", salienta o gastroenterologista.
O procedimento pode gerar efeitos colaterais.
Verdade. "Por ser um corpo estranho, o organismo pode apresentar sintomas como enjoos, dores abdominais e até vômitos nas primeiras 72 horas. As ocorrências podem ser tratadas com medicações efetivas que melhoram o quadro do paciente".
A introdução do balão é feita com cortes.
Mentira. "O balão intragástrico é introduzido através da endoscopia. Ele permanece sedado durante todo o processo, que dura cerca de 20 a 30 minutos, e não sofre nenhum corte na região", esclarece Eduardo Moura.
Paciente permanecerá magro após o tratamento.
Mentira. "Dependerá se o mesmo compreendeu a necessidade de manter as mudanças de hábitos e vícios. Após a retirada do balão, até 75% dos pacientes reganham peso. Aqueles que adquiriram hábitos saudáveis, respondem de forma positiva"..