A domesticação e os milhares de anos de convivência com os humanos fez com que a expectativa de vida dos bichinhos de estimação aumentasse bastante em relação ao que teriam na natureza. Com isso, os pets passaram também a apresentar problemas degenerativos da mente, que leva a mudanças no comportamento. A síndrome da disfunção cognitiva é uma das doenças mais frequentes entre os cãezinhos idosos.
Assim como o Mal de Alzheimer nos humanos, o problema é caracterizado pelo envelhecimento das células do cérebro. "Apesar de não ter cura, quando diagnosticado no início é possível retardar o seu avanço e controlar os sintomas, proporcionando cuidados para garantir melhor qualidade de vida aos bichinhos de estimação", afirma a veterinária Carolina Dias Jimenez, da Petz.
Com o envelhecimento dos animais domésticos, ocorre a deposição de uma proteína chamada amiloide nos neurônios e em todo tecido cerebral, que causa a morte gradual das células.
Normalmente, a doença se manifesta a partir dos 10 anos, tendo como sintomas a desorientação (envolve momentos de agitação e/ou de sonolência); redução de atividade física; mudanças no padrão do sono; perda de memória visual; e alteração nos hábitos de higiene. "Eles começam a olhar para o nada, se perdem atrás de móveis, não reconhecem o dono, dormem mais tempo durante o dia e, à noite, ficam zanzando pela casa compulsivamente", explica a veterinária.
Com a evolução do problema neurológico, eles passam a não saber mais como beber água ou comer, não conseguem mais deglutir, podem parar de andar, levando a uma série de consequências à saúde.
Tratamento
Por meio do acompanhamento veterinário, o tratamento é feito com antioxidantes, que vão retardar o envelhecimento celular e, consequentemente, a liberação da substância amiloide. Também é usada medicação que aumenta a vascularização no cérebro, melhorando o seu funcionamento. "É uma doença degenerativa, como no ser humano. O acompanhamento veterinário poderá retardar os sintomas e minimizar os efeitos, mas vai continuar evoluindo", esclarece Carolina JImenez.
Quando o animal começa com os sinais neurológicos, é importante fazer uma ressonância magnética ou algum outro tipo de exame mais apurado para excluir problemas como tumor cerebral, que tem tratamento oposto ao Alzheimer.
Prevenção
Além de ter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas frequentemente, a indicação é começar com antioxidantes e vitaminas o mais cedo possível, por exemplo, a partir dos 8 anos. Outra opção são rações ricas em antioxidantes que auxiliam no combate aos radicais livres e, por sua vez, combatem o envelhecimento.
Normalmente, as raças pequenas como yorkshire, maltês e schnauzer são mais predispostas à doença, principalmente porque a expectativa de vida delas é maior. Para que o pet fique bem, no entanto, a compreensão e atenção dos donos são ótimos tratamentos..