Não é difícil encontrar um cachorro que "morre de ciúmes" do tutor. Esse comportamento, na verdade, não é o mesmo que ocorre entre as pessoas. "O ciúme não se enquadra no natural do cão. Não dá para saber se ele tem ou não. Pode parecer ciúmes, mas, às vezes, não é", explica Mauro Lantzman, especialista em comportamento animal, em entrevista para o jornal Correio Braziliense.
O também especialista em comportamento canino Ricardo Tamborini, complementa dizendo que esse tipo de atitude do pet está mais relacionado ao sentimento de posse. "Assim como eles têm por objetos e brinquedos, eles também têm pelo dono", comenta.
De acordo com Tamborini, a formação de caráter de todo cão ocorre do segundo ao nono mês de vida. Ele destaca que é nesse período que se deve trabalhar alguns comportamentos indesejáveis, como ganância e possessividade. O especialista explica que, muitas vezes, as ações do cachorro estão relacionadas ao tratamento do dono.
Mauro Lantzman alerta ainda que, mesmo depois de adultos, é preciso ficar atento para não reforçar esse tipo de ação no animal, o que depende muito das atitudes do dono. "Se elas chamam isso de ciúmes, congelam a possibilidade de mudança. Ele não é ciumento", diz ao Correio. Para mudar o perfil do cachorro, Lantzman propõe reduzir o reforço a esses tipos de conduta que os donos acabam fazendo inconscientemente.
Vale lembrat que esse comportamento dos cachorros pode até ser perigoso, principalmente em casos em que os cães são de raças de porte grande, como pitbull, rottweiler e pastor alemão. Ricardo Tamborini ressalta que o comportamento não está ligado à raça, porém, os poodles costumam ser mais possessivos. "Não é regra, mas quem tem um poodle em casa sabe que, quando recebe uma visita, se ela sentar ao lado da dona, o pet tenta impedir", afirma o especialista..