Revista Encontro

ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Cães e gatos podem sofrer síndrome da separação com volta dos tutores ao trabalho

Com a pandemia do novo coronavírus, animais de estimação se acostumaram com a presença dos humanos e isso pode trazer problemas emocionais aos bichos

Marcelo Fraga
Mudanças na rotina em virtude da pandemia do novo coronavírus podem afetar também os bichos, que sentem falta de seus tutores quando acaba o período de home office - Foto: Pixabay
Em virtude da crise sanitária, muitas pessoas passaram a ficar mais tempo em casa, seja somente para se resguardar do risco de contágio ou trabalhando no esquema home office. Mesmo com a pandemia ainda longe de acabar, a flexibilização da quarentena está ocorrendo em várias cidades, fazendo com que essa rotina seja alterada e a população volte ao trabalho nas empresas.

Com isso, os animais domésticos, sobretudo cães e gatos, podem desenvolver problemas emocionais e de comportamento, conforme explica Ricardo Ueda, fundador da Educa Pet, empresa especializada em adestramento: "Durante a quarentena grande parte dos tutores dedicaram mais tempo aos pets, brincando, passeando e, claro, se divertindo mais. Com a possibilidade de volta ao trabalho, existe uma chance grande dos animais, principalmente os cães que são mais dependentes, desenvolverem a síndrome de separação, um momento de estresse agudo que surge quando o animal tem que ficar sozinho", diz o especialista.

Ele dá dicas para ajudar os tutores a prepararem os animais para essa nova fase. A primeira recomendação de Ricardo Ueda é começar a isolar o pet em alguns momentos durante o dia. "Inicie com 30 minutos duas a três vezes ao dia, durante dois dias seguidos. No terceiro dia, deixe-o sozinho por uma hora e, no quarto, por duas horas. Aproveite aqueles momentos que você realmente precisa sair de casa", orienta. O segundo passo é diminuir a interatividade e brincadeiras diárias com o animal.
"Aumente os isolamentos gradativamente até o dia que a rotina voltar ao normal, assim seu animalzinho vai se acostumando novamente com o afastamento sem sofrer um choque", tranquiliza o educador.

Por fim, Ricardo Ueda, pede atenção aos tutores, pois, mesmo seguindo as dicas dadas por ele, pode ser que os pets desenvolvam depressão ou algum estágio mais avançado da síndrome da separação. Portanto, em caso de mudanças significativas no comportamento do animal, a recomendação do especialista é buscar ajuda profissional para que uma análise personalizada seja realizada ou, até mesmo, uma terapia seja aplicada. "O tratamento para esses casos pode ser feito com florais, aromaterapia ou até música, dependendo de cada caso", comenta o adestrador.
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