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Futuro governo

'Não tem nada a ver com governo militar'

General Heleno fala sobre indicação de militares por Bolsonaro

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- Foto: Agência Brasil/Divulgação

O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, confirmado como ministro da Defesa do governo de Jair Bolsonaro (PSL), negou que a nomeação de integrantes das Forças Armadas para a equipe de transição indique uma postura autoritária do novo presidente. Segundo ele, em entrevista coletiva realizada na última segunda, dia 5 de novembro, são nomeações técnicas e que consideram a elevada formação profissional.

"O país resolveu aproveitar tudo o que investe na formação. É uma questão de coerência de aproveitamento do que foi investido nos militares, que nós possamos participar da vida pública. Não tem nada a ver com governo militar, ninguém está pensando em intervenção militar, ninguém está pensando em autoritarismo, é uma aproveitamento de gente que o país não estava acostumado a aproveitar. Pouca gente conhece o Brasil como nós", comenta Heleno aos jornalistas.

Na segunda (5), o general participou da primeira reunião da equipe de transição coordenada pelo ministro extraordinário Onyx Lorenzoni. Após o encontro, o general foi perguntado sobre a participação de militares no próximo governo, que inclui o próprio presidente eleito, capitão reformado do Exército, além do vice-presidente da república, general Mourão.

Sergio Moro

O general Augusto Heleno classificou a confirmação do juiz federal Sergio Moro para o Ministério da Justiça como "um gol de bicicleta do meio de campo" do presidente eleito Jair Bolsonaro. Segundo ele, a escolha de todos os prováveis 16 ministros do governo não deve ser urgente e há muitos nomes qualificados.

"Todos apresentam credenciais muito significativas e naturalmente a escolha é muito difícil. Imaginem a pressão que o presidente sofre nessa altura.
Não há essa urgência, não é tão urgente assim", afirma o futuro ministro da Defesa.

Venezuela

Questionado sobre a atuação do Ministério da Defesa na crise migratória da Venezuela, Heleno diz que a questão é um "problema humanitário" e que o trabalho de acolhimento será mantido.

"As Forças Armadas estão sendo empenhadas no atendimento humanitário, a gente está acolhendo quem está resolvendo passar a fronteira para o lado do Brasil. É um trabalho difícil, a quantidade é acima da capacidade de Roraima", afirma o general da reserva.

O militar nega que haverá, por parte do próximo governo, qualquer tipo de "ingerência" nos assuntos internos da Venezuela e afirma que o fechamento de fronteira entre os dois países está fora de cogitação porque é uma proposta, segundo ele, "não realizável" na prática.

(com Agência Brasil).