Estado de Minas LEGISLAÇÃO

Possíveis mudanças no Estatuto do Desarmamento ficam para 2019

Apreciação do projeto foi adiada a pedido de Jair Bolsonaro


postado em 06/11/2018 08:30 / atualizado em 06/11/2018 08:46

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Segundo o deputado federal Rogério Peninha (MDB-SC), autor de um projeto de lei que revoga o Estatuto do Desarmamento e flexibiliza as regras para porte de arma no Brasil, o presidente eleito Jair Bolsonaro lhe telefonou na última segunda, dia 5 de novembro, pedindo que a votação da proposta fique para o ano que vem. Ainda de acordo com o deputado, citado pela Agência Brasil, o objetivo de Bolsonaro seria aprimorar o texto no próximo ano.

Para Peninha, a espera será positiva porque a composição do novo Congresso será mais conservadora. Ele publicou nas redes sociais que, caso os parlamentares "forçassem a barra" para votar a medida ainda este ano, haveria o risco de ela ser rejeitada.

"Se forçássemos a barra para votar esse ano, haveria risco de a proposta ser rejeitada – e um trabalho de seis anos iria pelo ralo. A composição do novo Congresso é mais conservadora. Com os novos deputados, as chances de aprovarmos o PL 3.722 [de 2012] são bem maiores", escreve Rogério Peninha no Facebook.

À Agência Brasil, o deputado disse que não apenas concordou com a proposta de Bolsonaro como já havia se manifestado contrário a uma votação apressada do seu projeto de lei. A proposta foi apresentada em 2012 e já foi aprovada pela comissão especial criada para discutir o assunto em 2015.

"Existem algumas coisas que ele [Jair Bolsonaro] pretende incluir. Então, se vota agora, mesmo que passe, aí ele vai ter que incluir umas ideias que ele tenha, vai apresentar outro projeto no ano que vem? Ou se não passar, vai dar para começar tudo de novo? Quanto tempo vai demorar? Então o consenso é esperar", afirma o parlamentar à agência estatal de notícias.

Ainda conforme Peninha, o assunto já foi discutido com o coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que tinha expectativas de que o projeto fosse colocado em pauta na Câmara ainda esta semana. Desde março do ano passado, parlamentares do grupo conhecido como bancada da bala se articulam para incluir o texto na ordem do dia do plenário da casa, apresentando sucessivos pedidos de urgência para apreciação da matéria.

Rogério Peninha explica que o telefonema ocorreu em clima tranquilo e aproveitou para elogiar a atuação do presidente eleito que, nos últimos anos, vem apoiando as mudanças no Estatuto do Desarmamento. Ele lembra que Bolsonaro participou de audiências e debates públicos convocados pela comissão para debater o tema. "O principal [intuito do projeto] é acabar com a discricionariedade, tanto para a posse quanto para o porte de armas", diz o deputado à Agência Brasil, referindo-se à retirada da regra que obrigava o requerente a informar a necessidade de adquirir uma arma.

O projeto, denominado Estatuto de Controle de Armas de Fogo, dá a qualquer cidadão que cumpra requisitos mínimos exigidos o direito de comprar e portar armas de fogo. Também reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para comprar uma arma. No caso do porte, concedido mediante licença pessoal, a validade poderá ser ampliada de três para cinco anos. Se aprovada na Câmara dos Deputados, a proposta precisa ser apreciada também no Senado.

(com Agência Brasil)

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