O juiz federal Sergio Moro, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Curitiba (PR), que comanda as investigações da operação Lava-Jato, aceitou nesta quinta, dia 1º de novembro, o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro e será o ministro da Justiça no governo que começa em 2019. O anúncio foi feito por Moro, em nota enviada à imprensa. "Após reunião pessoal, na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite",afirma o magistrado.
O presidente eleito aproveitou para confirmar o nome de Moro no ministério. "Sua agenda anticorrupção, anticrime organizado, bem como o respeito à Constituição e às leis será o nosso norte", escreve jair Bolsonaro no Twitter. Ele também fez o anúncio da fusão das pastas da Justiça e da Segurança Pública.
Sergio Moro ficou cerca de uma hora e meia com o presidente eleito. Ao sair da reunião, acenou para as pessoas que se aglomeravam em frente à casa, mas não deu entrevista.
O juiz lamenta abandonar 22 anos de magistratura. "No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Para ele, na prática o cargo significa "consolidar os avanços contra o crime e a corrupção e afastar riscos de retrocessos por um bem maior", comenta o titular da Lava-Jato.
Segundo Sergio Moro, a operação da Polícia Federal (PF) continuará em Curitiba.
Natural de Maringá (PR), Sergio Fernando Moro, além de juiz é escritor e professor universitário. Graduado em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, tem mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Paraná. É juiz federal desde 1996, com especialização em crimes financeiros.
No julgamento do mensalão, Moro auxiliou a ministra Rosa Weber, no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Fui convidado pelo Sr. presidente eleito para ser nomeado ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Apos reunião pessoal, na qual foram discutidas politicas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar, pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A operação Lava-Jato seguirá em Curitiba, com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes", diz a a íntegra da nota divulgada por Sergio Moro.
(com Agência Brasil).