De acordo com Salim Mattar, secretário de Privatizações do Ministério da Economia, o governo federal pretende privatizar todas as empresas estatais, com exceção da Petrobras, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. A informação foi dada durante evento em São Paulo (SP), na última terça, dia 29 de janeiro. O empresário mineiro ressalta que, mesmo se forem mantidas na órbita estatal, as três companhias ficarão "bem magrinhas", após passarem por um processo de venda de ativos e de subsidiárias.
Mattar está mais confiante que o ministro da Economia, Paulo Guedes, que havia estimado arrecadação de US$ 20 bilhões com a desestatização de estatais. Segundo o secretário, a meta é superar "de 25% a 50%" o montante projetado pelo ministro. "Vamos surpreender", diz Mattar no evento. Segundo ele, o país tem 134 empresas que podem ser privatizadas.
Ainda de acordo com o secretário, o governo de Michel Temer privatizou 20 companhias, mas o PT criou 48 outras. "Queremos o povo rico e o estado mais enxuto. Se vendêssemos todas as estatais, poderíamos reduzir a dívida para R$ 3 trilhões", completa Salim Mattar.
A Secretaria do Tesouro Nacional contabilizou uma alta de 8,9% na dívida do governo federal em 2018, que alcançou R$ 3,87 trilhões.
O secretário cita como exemplo a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Valec, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Salim Mattar destaca que tem feito o papel de "formiguinha" para convencer ministros sobre a necessidade de vender estatais. "Na área de óleo e gás, só vai permanecer a Petrobras. Ela é uma megacompanhia, mas não tem a eficiência e produtividade de que falam no mercado", afirma o empresário mineiro. A estatal do petróleo deve começar a vender as subsidiárias, assim como a Caixa e o Banco do Brasil. "A tendência é de que, até o fim do governo, a Petrobras tenha vendido todas as participações", afirma o secretário..