"O procedimento acabou de acabar, foi com sucesso, [a gente] conseguiu embolizar aquela artéria. (...) O presidente está acordado e conversando", declarou o médico Roberto Kalil, responsável pelo acompanhamento de Lula, ao portal de notícias G1. A intervenção, que teve início por volta das 7h10 e durou menos de uma hora, faz parte do protocolo pós-cirúrgico após a drenagem de um hematoma realizado na última terça-feira (10).
De acordo com Kalil, o procedimento é relativamente simples e de baixo risco. "Esse tipo de embolização é um tipo de cateterismo. Ele vai embolizar a artéria meníngea porque, quando você drena o hematoma, existe uma pequena possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias da meninge ainda causarem um pequeno sangramento", explicou.
Histórico de saúde de Lula
Na madrugada de terça-feira, Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma na cabeça, decorrente de uma queda sofrida no banheiro de casa em outubro. Segundo os médicos, o hematoma estava localizado nos lobos frontal e parietal, e a cirurgia preservou as funções neurológicas do presidente, sem causar sequelas.
Embora o trauma tenha ocorrido na região da nuca, o sangramento foi provocado pelo movimento brusco do cérebro dentro do crânio, conforme detalhou o neurocirurgião Marcos Stavale, também ao G1: "Quando você bate a cabeça e chacoalha pra frente e pra trás, o sangramento não é no local da batida. Ele é causado pelo chacoalhão do cérebro porque o cérebro se desloca dentro do crânio".
Recuperação do presidente
Lula permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com previsão de alta ainda nesta quinta-feira (12). A expectativa da equipe médica é de que ele retorne a Brasília no início da próxima semana. Por orientação médica, o presidente está proibido de receber visitas de trabalho até sua recuperação completa.
O presidente foi internado às pressas na noite de segunda-feira (9) após sentir dores de cabeça durante o dia. Inicialmente, ele acreditava estar desenvolvendo um quadro gripal. Um exame de imagem realizado em Brasília revelou uma nova hemorragia intracraniana, levando à transferência para São Paulo, onde o tratamento foi iniciado.