Mercado Central
Desde a fundação, em 12 de dezembro de 1897, até os dias atuais, a capital mineira sempre esteve em transformação. Basta dar uma volta pela cidade e perceber que ainda estamos em pleno desenvolvimento. Ao longo dos anos, os suntuosos casarões deram espaço aos grandiosos arranha-céus, as ruas de terra ou calçamento foram asfaltadas e as avenidas, alargadas; os bondes elétricos evoluíram para os americanos trólebus, que foram substituídos pelos atuais ônibus movidos a diesel. Empresas foram abertas e as ofertas de trabalho atraíram moradores de regiões adjacentes. Com isso, a população aumentou significativamente. Hoje, somos quase 2,5 milhões de habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE).
Avenida Afonso Pena
Belo Horizonte foi projetada para ser moderna como as capitais Paris, na França, e Washington, nos Estados Unidos. Inacabada, a cidade foi inaugurada às pressas pelo governador do estado, Augusto de Lima. "Muita gente estuda a planta original que a comissão construtora, chefiada por Aarão Reis, planejou. Mas, na prática, eles tiveram muitos percalços e improvisos. Os construtores fizeram uma cidade muito diferente da que está no papel", diz o historiador e diretor do Arquivo Público da Cidade, Yuri Mello Mesquita. Em apenas quatro anos, BH foi arquitetada e construída dentro do perímetro da avenida do Contorno para ser habitada pela população elitista.
Rodoviária
A cidade só começou a ser arborizada em 1901. E nas décadas de 1920 a 1930, Belo Horizonte se tornou a Cidade Jardim, com belas copas de árvores sombreando e enfeitando as ruas. A avenida Afonso Pena é um grande exemplo de como a cidade era verde. Toda a sua extensão era ladeada por frondosos fícus, que foram suprimidos em 1963, na gestão do prefeito Jorge Carone Filho, para a expansão da avenida.
A modernização veio com o passar do tempo. O Complexo Arquitetônico da Pampulha, desenhado pelo jovem arquiteto Oscar Niemeyer, foi inaugurado em 1943, durante a administração do prefeito Juscelino Kubistchek (JK). Também por iniciativa de JK, foi construído o simbólico Conjunto IAPI, no bairro São Cristóvão, localizado na avenida Antônio Carlos, via projetada para dar acesso à Pampulha.
Avenida Antônio Carlos
Nos anos seguintes, a verticalização tomou conta da capital, com prédios cada vez mais altos. E as memórias das antigas edificações estavam sendo engolidas pelas obras das construtoras. Só em 1984 foi criado o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural – órgão responsável por proteger o patrimônio. Mas os primeiros tombamentos só aconteceram em 1991: o alinhamento montanhoso da serra do Curral e o Conjunto Urbano Praça da Liberdade. "A serra do Curral é a grande referência geográfica de BH, emoldurando a cidade no sentido nordeste-sudeste. A praça é, historicamente, o principal centro cívico de BH, concebido desde o plano original de Aarão Reis", diz o diretor de Patrimônio Cultural, Carlos Henrique Bicalho.
Avenida Amazonas
Quem teve a oportunidade de vivenciar muitos desses momentos importantes da história de BH e clicar todo o crescimento da capital foi o centenário fotógrafo Wilson Baptista. Detentor de precioso acervo sobre a cidade, suas primeiras imagens foram feitas ainda na década de 1930. Nelas, ele retrata ruas ainda vazias de prédios, de pessoas e alguns pontos em pleno crescimento. Encontro selecionou algumas imagens de Baptista para comparar como a capital mineira se desenvolveu ao longo de seus 116 anos. Voltamos aos mesmos lugares e fotografamos. Vale ressaltar que os equipamentos fotográficos da época são diferentes dos usados atualmente, o que pode causar alteração do ponto de vista das imagens originais. Outro detalhe é que o ponto da avenida Afonso Pena foi substituído em altura e deslocamento na tentativa de referenciar o leitor.
(Agradecimentos especiais ao CREA/MG e ao Hotel Financial)
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