
O superintendente do mercado, Luiz Carlos Braga, diz que o espaço teve de se reinventar ao longo dos anos. "Mas não perdemos a nossa essência. Somos ainda um ponto democrático. Por aqui circulam pessoas das mais diferentes classes sociais", afirma. Cerca de 400 lojas queijos, frutas, verduras e artesanato. Há alguns produtos inusitados como vela em pó e calçador de botas. Produtos raros e caros também são encontrados por lá. É o caso da banca Santo Antônio, especializada em temperos. De lá sai o açafrão, importado da Espanha. Um montinho com 333 miligramas é vendido a 37 reais. Na mesma loja, um tubinho com duas favas de baunilha pode ser adquirido a 50 reais.

Há um ano e meio no Mercado Central, a padaria Du Pain, especializada em pães artesanais, também acabou de passar por melhorias. "Adquirimos um forno de última geração. Ganhamos em agilidade, qualidade e melhoria das condições de trabalho", afirma Ronaldo Souza, que, ao lado da mulher, Raquel Brandão, comanda a panificadora. De acordo com ele, a presença da Du Pain no cartão-postal de BH possibilitou que mais pessoas conhecessem a cultura dos pães de fermentação natural. Ronaldo revela ainda que até o fim do ano a loja vai começar a vender farinhas especiais, fôrmas e panelas para que os clientes possam fabricar os pães em casa.

Linha do Tempo

1929 - Dia 7 de setembro, o então Mercado Municipal é transferido para o quarteirão de 14 mil m2 entre as ruas Santa Catarina, Curitiba, Goitacazes e a avenida Augusto de Lima. Nessa época, o espaço não era coberto e não tinha paredes
1964 - O então prefeito Jorge Carone, impossibilitado de administrar o espaço, decidiu vender o terreno. Os comerciantes se reuniram para comprá-lo. Pelo menos 12 notas promissórias foram assinadas. A venda foi concretizada, mas com uma ressalva: o espaço deveria ser coberto dentro de cinco anos. Do contrário, ele seria devolvido à administração municipal
1970 - O espaço, agora, é dos comerciantes e passa a se chamar Mercado Central de BH. Ganha paredes
e cobertura
10 curiosidades sobre o Mercado Central
1,3 milhão de pessoas o visitam todos os meses
4,6 mil quilos de lixo são gerados por dia
226 câmeras monitoram os corredores e o estacionamento, por onde passam 63 mil carros por mês
46 mil litros é a capacidade do reservatório subterrâneo que capta água da chuva, usada na limpeza
300 toneladas de queijo são vendidas todos os meses
300 mil pessoas por mês acessam a portaria da avenida Amazonas, a mais movimentada
400 lojas operam atualmente
190 pessoas trabalham na administração
12 milhões de reais é o faturamento mensal estimado das lojas
3.250 caixas de cerveja são vendidas por mês
Fontes: Administração do Mercado Central e Ambev