
Com 90% do corpo queimado, Heley morreu no hospital cerca de 11 horas depois da tragédia. O incêndio matou ainda outras 12 pessoas, entre elas, nove crianças. Quatro vítimas, sendo três meninos, continuavam internadas no início de dezembro.
Há 16 anos, Heley já havia vivido uma tragédia pessoal. Ela perdeu o filho Pablo, de 4 anos, afogado em uma piscina de um clube. O menino tinha a idade da maioria das crianças que morreu no incêndio da creche. "Heley amava seus alunos, amava ser professora. E sei que fez de tudo para salvá-las. É o tal do instinto materno", diz o marido, Luiz Carlos Batista. Estudante de odontologia, ficou com ele a missão de criar os três filhos do casal, Breno, de 15 anos, Lívia, de 12, e Olavo, de apenas 1 ano e 4 meses. "Outro dia a Lívia falou assim: ‘A mamãe morreu, mas salvou um bocado de criança’." É essa imagem que Luiz quer que os herdeiros guardem da mãe - uma mulher de garra e coragem, que estava sempre disposta a ajudar. "O que ela fez, poucas pessoas fariam: entregar a sua vida para salvar outras. Mas Heley era uma supermulher no dia a dia, com sua bondade, em seus pequenos atos de amor", diz.
Em um país onde professores precisam lutar diariamente por melhores condições de trabalho, Heley foi uma heroína de verdade: tanto na arte de ensinar quanto na maior missão de qualquer ser humano, a de amar o próximo.
- Heley de Abreu Silva Batista
- Nascida em Montes Claros (MG)
- Morreu, aos 43 anos, em 5 de outubro, em incêndio na creche de Janaúba
- Professora no Centro de Educação Municipal Gente Inocente
- Deixa o viúvo Luiz Carlos %u2028Batista e três filhos