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Ele utiliza o ilusionismo para falar sobre gestão de negócios

Luiz Fosc é ilusionista e possui experiência em criar e gerir empresas


postado em 29/03/2019 16:24 / atualizado em 31/05/2019 14:23

Luiz Fosc não investe só nos truques:
Luiz Fosc não investe só nos truques: "A gestão de negócios me ajuda a construir as palestras de forma mais interessante para as empresas e para quem assiste ao espetáculo" (foto: Arquivo pessoal)
No auditório da empresa, centenas de funcionários aguardam para ouvir a palestra sobre inovação no trabalho. Temas comuns nas organizações, como segurança, motivação e relacionamento no ambiente corporativo nem sempre despertam o interesse da equipe. Mas, desta vez é diferente. Quem estará no palco não é um técnico ou executivo, mas um mágico. Isso mesmo. Quando as cortinas se abrem, Luiz Fosc, de 33 anos, apresenta-se com um desafio: mostrar para o grupo que o trabalho não é tão difícil assim, que muitas metas podem ser alcançadas e que é possível fazer, acertar, criar, ser mais produtivo dentro da organização. Se, para muitos é difícil quebrar resistências da plateia, a tarefa é mais simples quando se consegue mover objetos com a força da mente, desatar vários nós em segundos e ler pensamentos.

Ainda criança, Luiz fez seu primeiro curso de mágica. Aos 12 anos, já promovia pequenos shows. Logo, ele se sentiu atraído por números mais complexos e passou a fazer mágica para mágicos. Dono de vários prêmios no Brasil e na América Latina, como o bicampeonato no congresso da Federação Latino-Americana de Sociedades Mágicas (Flazoma), considerado a Copa Libertadores da mágica, ele participa de apresentações mundo afora, na Europa, Ásia e Estados Unidos.

Em 2014, ao fazer um show para motivar a equipe da empresa de um amigo, Luiz descobriu que não existe melhor recurso que o ilusionismo para fazer o mais desconfiado adulto acreditar que é possível ter um melhor desempenho no  trabalho e ser mais feliz. E não é um truque, garante. Desde então, o mágico vem se dedicando ao que chama de palestras-show para grandes e pequenas empresas. O fato de ele mesmo ser um empreendedor ajuda muito. "Eu me formei em administração de empresas. A experiência na gestão de negócios me ajuda a construir as palestras de forma mais interessante para as empresas e para quem assiste ao espetáculo." Além de sua empresa de mágica, a Ilusionismo Criativo, Luiz é dono da construtora Lupa, criada com seu pai. "Em 15 anos, já desenvolvi e depois vendi mais de 10 empresas."

Entre o público que já foi "hipnotizado" por Luiz Fosc estão equipes de empresas conhecidas, pequenos negócios e startups espalhadas por todo o país (entre os estados, ele só não foi ainda para o Amapá e Mato Grosso do Sul). "A mágica é a ferramenta que uso para transmitir mensagens importantes de forma lúdica, mas que fazem até os mais incrédulos pensar e refletir sobre seu cotidiano e suas ações."

Formado em administração, Fosc é dono da Ilusionismo Criativo: a mágica é uma ferramenta para falar de forma lúdica sobre temas importantes em grandes e pequenas organizações(foto: Arquivo pessoal)
Formado em administração, Fosc é dono da Ilusionismo Criativo: a mágica é uma ferramenta para falar de forma lúdica sobre temas importantes em grandes e pequenas organizações (foto: Arquivo pessoal)
No show, o mágico se livra de correntes bem amarradas em segundos, um show que faz lembrar o famoso David Copperfield. Nomes escolhidos pelo público, como de atores do cinema ou da TV, aparecem em telões como se fosse possível ler pensamentos. É o mentalismo. Objetos podem flutuar e o dinheiro é multiplicado. Emoção e risos fazem uma hora passar rápido. Luiz garante, no entanto, que há técnicas muito bem definidas para o mundo corporativo. "Uso conceitos de programação neurolinguística, de coaching e empreendedorismo", diz. "Também sou hipnólogo e utilizo conceitos do cinema, como o story telling, para compor o show." As palestras são customizadas e únicas, de acordo com o briefing definido com cada empresa. "A ideia é provocar uma reflexão. A mágica é só uma metáfora."

Empreender sempre esteve no foco do mágico. Aos 8 anos, lavava louça da casa e era remunerado pela mãe. "Com o dinheiro comprava revistinhas, que depois de ler alugava para os amigos. Assim, desenvolvi uma forma de sempre poder comprar novos exemplares." Sua marca, o seu sobrenome, foi criado por ele mesmo, uma abreviação de Luiz Felipe Oliveira Silva Carlos de Paiva. Apesar dos outros negócios, a mágica é sua principal ocupação.  "Sempre empreendi e acabo transformando meus hobbies em trabalho. Foi assim com a mágica, com o cinema e até com a música." Ele criou com o também mágico Fernando Ás, um show de cartas close up, modelo em que o ilusionista fica bem próximo ao público. Apresentações desse tipo são muito comuns nos Estados Unidos, mas ainda pouco usuais no Brasil. "Nesse show, que tem bastante poesia, eu introduzi o piano."

Foi o desejo de inovar que levou o mineiro para o Guiness Book. Quando sua mulher e sócia Tatiana Paiva estava grávida de seu primeiro filho, ele botou na cabeça a ideia de quebrar o recorde do americano John Walton, que liderava o ranking do embaralhamento perfeito, conhecido como "faro". Quando o encaixe das cartas é exato, após oito embaralhamentos, as 52 cartas do baralho retornam para sua sequência original, do ás ao rei. O número de faros foi de 5568. "Exatamente o dobro do que havia feito o americano", diz Fosc. O talento com adultos é promissor, mas em breve quem deve olhar para o  palco com espanto são os pequenos: o nascimento de Daniel, há pouco mais de 1 ano, vem inspirando novos números. As crianças que aguardem.

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