

É o caso de Eloi Moreira, do Eloi Bistrô, no Santo Antônio. Apesar de funcionar apenas sob demanda, o restaurante abre suas portas uma vez por mês para uma noite dedicada exclusivamente à coxinha. O cliente paga 49,90 reais e tem direito a comer o quanto quiser. São oito sabores, entre os tradicionais e ousados, como o de gorgonzola com molho de tangerina e pequi com baru e requeijão de raspa. “Há cinco anos, resolvi colocar no menu coxinhas que fugiam do convencional e a aceitação foi absurda”, diz Eloi. O negócio fez tanto sucesso que, em novembro, ele lançou a empresa Coxinha da Realeza. Em uma carruagem estilizada, o chef serve o salgado com diversos recheios em eventos fechados. Os garçons, inclusive, vestem trajes que lembram os de cocheiros reais. “As pessoas sempre me diziam que queriam servir coxinhas nas festas e não sabiam como. Resolvi esse problema”, brinca Eloi. Para completar, ele prepara chutneys de tangerina, limão e ketchup artesanal de goiabada para acompanhar o salgado.

Os veganos também têm vez. No A Vegana Empório, na Savassi, a coxinha também é o lanche mais pedido entre os frequentadores. Na loja, que tem um mix de mais de 200 produtos de origem vegetal como massas, molhos, cosméticos e até materiais de limpeza, o quitute é preparado com jaca desfiada e pode ser consumido no balcão ou ainda, levado para viagem, congelado (R$ 6). “Pelo menos duas vezes por mês fazemos um festival de coxinhas”, explica Marcelo Antunes, que é sócio da namorada, Christiane Oliveira. Durante o sábado, das 11h às 15h, a casa serve três sabores: jaca, brócolis com tofu e shimeji com barbecue. “No último evento tivemos de encerrar antes, porque não demos conta da demanda”, diz Marcelo.

Formado em marketing, Cláudio Lazarini resolveu ganhar dinheiro com a tal paixão nacional. Há três anos, ele inaugurou a lanchonete Apaixonados por Coxinha, na Afonso Pena, no Cruzeiro. “Na época, surgiam várias lojas especializadas em empadas. E, na hora, eu percebi que devia existir uma assim de coxinha, que todo mundo gosta. Não existe exceção. É todo mundo mesmo”, diz Cláudio, que mantém o negócio junto com o sócio, Sérgio Moreira. A produção diária é de 3 mil coxinhas, divididas em 16 sabores. As mais diferentes são a de carne seca preparada na massa de abóbora (R$ 7,50) e a de bobó de camarão (R$ 5,50). Entre as vegetarianas, fazem sucesso a de alho-poró (R$ 4) e de milho com requeijão (R$ 4). E tem também a esquisitona de filé com gorgonzola (R$ 4,90). A ideia do empresário é abrir outros pontos pela cidade. “Estou só pegando experiência, para depois franquear a marca.”

Se depender do apetite dos brasileiros, o negócio tem tudo para ir longe. Um salgado que nasceu com a bênção de avó – mesmo que essa avó fosse a imperatriz do Brasil – não poderia dar errado. Coisa de avó não tem erro. É sempre coisa boa, seja dentro de um palácio ou na roça, à beira de um fogão de lenha.