
A banalização do método leva ao descuido na hora de procurar médicos qualificados e, frequentemente, a resultados exagerados e perigosos à saúde. Dados da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos mostram que o número de procedimentos estéticos não cirúrgicos passou de 1,8 milhão, em 2010, para 2,6 milhões em 2016. No Brasil, o Censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostra que, em dois anos, a procura aumentou em 390%. O medo de envelhecer é real e independe de nacionalidade. Em se tratando da face, a explicação é didática. O desgaste do tempo provoca a perda da gordura subcutânea e do colágeno dérmico, resultando em depressões e sulcos. As células que formam os tecidos perdem o seu vigor e já não seguram as estruturas que mantêm tudo no lugar. A queda da pele e tecidos moles é consequência. A médica Gabriela Mendonça Rabello, de 35 anos, começou a incomodar-se com as diferenças que notava quando se via nas fotografias. "Percebi que, a cada dia, as olheiras estavam mais profundas, a pele mais flácida e o contorno da boca sem definição", diz. Não hesitou em buscar ajuda.

Para além dos contratempos, o questionamento final é até onde a vaidade do paciente pode falar mais alto que o discernimento médico. No caso da boca, é preciso respeitar a simetria da face para não ter o efeito bico-de-pato. A técnica pode ser utilizada para realçar o contorno dos lábios, aumentar o volume ou dar projeção. Em média, a quantidade de ácido hialurônico (AH) indicada para o preenchimento labial é de até 1 ml. "Existem vários tipos de AH, alguns com qualidade muito inferior e que podem gerar mais complicações. Nos lábios, utilizamos uma densidade menor, tanto para dar volume quanto para corrigir imperfeições", diz o dermatologista Bruno Gonçalves, da clínica Harmonie.

A cirurgiã plástica Andréa Dorofeeff também indica o preenchimento realizado com gordura autógena, retirada do próprio corpo. Apesar de 30 a 50% da quantidade implantada ser reabsorvida pelo organismo, o restante é permanente. "É preciso avaliar cada caso para definir qual terá melhor resultado e custo-benefício", diz. Em sua opinião, nem sempre o preenchimento será o mais indicado. "Para melhorar a qualidade da pele e ir tratando os chamados códigos de barra, rugas acima da boca, muitas vezes é preciso usar estimuladores de colágeno não volumizadores", explica. A consultora de imagem Lilia Gouveia, de 55 anos, demorou a decidir-se. Somente após os 50 se rendeu a algumas práticas estéticas como o uso do botox. No último mês, finalmente aceitou a sugestão de realçar os lábios com ácido hialurônico. E gostou. "Observei que estavam cada dia mais finos e sem contorno. E os códigos de barra me incomodavam bastante. Optei por algo discreto e natural. Sem dúvida, faria de novo." Para ela, o objetivo é envelhecer bem e não buscar a juventude eterna.
Saiba mais sobre preenchimento labial
O que é?
Procedimento estético feito com agulha ou cânula para a introdução de substâncias na região dos lábios com finalidade de delinear seu contorno, aumentar o volume ou projetá-los
Como é feito o procedimento?
Procedimento estético feito com agulha ou cânula para a introdução de substâncias na região dos lábios com finalidade de delinear seu contorno, aumentar o volume ou projetá-los
Como é feito o procedimento?
Com anestesia local, em consultório. Tempo médio de 40 minutos.
Os procedimentos de preenchimento labial mais indicados:
Os procedimentos de preenchimento labial mais indicados:
- Ácido Hialurônico: substância biocompatível produzida e absorvida pelo próprio organismo. Durabilidade de 6 a 18 meses
- Gordura Autógena: retirada do próprio corpo, de regiões como culote e face interna do joelho. Apesar de 30 a 50% da quantidade implantada ser reabsorvida pelo organismo, o restante é permanente
Em quais casos o preenchimento labial é indicado?
- Pessoas que naturalmente possuem pouco volume labial
- Para minimizar os danos do envelhecimento, como perda do contorno e volume
- Patologias orais que levam à perda de projeção do lábio
- Pessoas que apresentam algum tipo de imperfeição na região