
Ele afirma que os melhores mercados para as modelos mineiras são Europa e Estados Unidos. No momento, as mulheres morenas e de cabelos cacheados são os perfis mais em alta. "A naturalidade tem sido valorizada", diz Raphael. Ele ressalta, no entanto, que as loiras de olhos claros também têm seu espaço. A idade média das modelos que costumam despontar lá fora vai de 18 a 22 anos. Os padrões deixaram de ser definidos por medidas, como acontecia no passado, quando apenas as longilíneas eram valorizadas. "De qualquer maneira, é importante ter uma boa proporção de corpo", diz Raphael. Os tipos de modelo, hoje, são variados e vão desde esguias a curves (com curvas) e plus sizes.

Filha de pais de pele negra e branca, com avós indígenas, Amanda Martins é uma mistura perfeita da beleza brasileira e caiu nos gostos do mundo fashion internacional. Mineira de Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, ela tem 22 anos e foi descoberta em Belo Horizonte pela agência Doze, em 2014. Em maio de 2018, fez sua primeira viagem para Paris. Em setembro do mesmo ano, estreou na semana de moda na capital francesa pela grife francesa Chloé. O trabalho abriu portas e Amanda já trabalhou para diversas marcas de renome, como Alexander McQueen, Hermès, Valentino, Dior, Calvin Klein, Massimo Dutti e Bottega Veneta. "O trabalho no exterior é mais valorizado, o ganho é maior e temos a chance de conhecer vários lugares", diz Amanda.

Muitas meninas começam bem cedo. Eduarda Bretas, de Ouro Preto, assessorada pela agência Doze, foi descoberta pelo fotógrafo Fábio Magalhães aos 8 anos. Aos 14, fez sua primeira campanha para marca de sapatos Schutz, em São Paulo. Hoje, aos 17, já ostenta um currículo de sucesso, com trabalhos para grifes como Prada, Dior, Valentino e Versace. Com 1,82 metro de altura, a beleza e o desenvolvimento de Eduarda atraem olheiros mundo afora. A Live Model Management, que foi fundada em 2017, também tem várias modelos com sucesso no exterior, como Maryel Uchida, Thais Borges, Ari Westphal, Ariane Norbel, Lara Lisboa, Alyne Lira e Rafaela Bosi. "Hoje, não basta a menina ser apenas bonita. Tem de saber se vender", diz Janaina da Silveira e Silva, proprietária da agência. Para ter sucesso nesse mercado, as modelos devem cuidar do corpo e mente, além de ter disciplina, foco, pontualidade e personalidade própria. "A menina tem de querer, gostar e correr atrás como qualquer outra profissão. Quando viaja para fora, é preciso ter a cabeça no lugar e saber que vai para trabalhar e fazer seu pé de meia."

