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Perfil:
Rodrigo Toffolo, 42 anos
Rodrigo Toffolo, 42 anos
- Nascido em Ouro Preto (MG)
- Divorciado, uma filha
- Formado em engenharia geológica (UFOP). É regente e mestre em musicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorando em Ciências Musicais na Universidade Nova de Lisboa
- Diretor artístico e regente titular da Orquestra de Ouro Preto
A ideia de criar a orquestra nasceu na casa de Rodrigo. "As lembranças que tenho é de estarmos sempre juntos: meus irmãos, meus pais e a música", diz ele, que estudou engenharia geológica, mas bem antes disso, aos 10 anos, começou a mergulhar na melodia do violino. Música era presença obrigatória na casa dos Toffolo. Quando criança, seu pai o colocava para dormir ouvindo discos do compositor Ernesto Nazareth interpretado pelo pianista Arthur Moreira Lima. A orquestra começou a surgir depois que o compositor Rufo Herrera, a pedido de Rodrigo, foi conversar com o seu pai, Ronaldo Toffolo, sobre a possibilidade de reunir instrumentistas de dois grupos de Ouro Preto. Assim, em 2000, a orquestra foi fundada. A Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) passou a ser a incubadora do projeto. Os irmãos de Rodrigo também toparam a empreitada. Hoje, Ronaldo é produtor do grupo, Rodolfo é violinista e spalla, além de Mara e Marina, que também seguem no violino. Além de diretor artístico da orquestra desde a fundação, Rodrigo se tornou regente em 2007.
Mas, a rotina que levou o músico ao hospital não diz respeito apenas aos compromissos de trabalho. Rodrigo é demasiadamente inquieto. Ele quer, junto com os seus regidos, quebrar paradigmas, fazer diferente. Para isso, dedica-se com afinco às partituras, criando e, sobretudo, atento à reação do público. "O conceito de orquestra tem de ser modernizado. Não estamos em um monólogo. Chamamos as pessoas para interagir", diz o ouropretano.
Não são poucos os desafios de comandar uma orquestra. Quando não está com a batuta nas mãos, ele tem de correr atrás de patrocínios e parcerias para viabilizar os trabalhos. Para se ter uma ideia, são necessários cerca de 3 milhões de reais por ano para a sobrevivência da orquestra "de maneira básica", sem músicos convidados ou muitas viagens. "Ao contrário da maioria das orquestras do país, não há recurso público aqui. Sempre partimos do zero. E não reclamo muito disso, pois nos dá maior liberdade. Não sofremos pressões políticas", afirma.
Pode-se dizer que Rodrigo sofre outros tipos de "pressões". Quando está em Ouro Preto, o maestro, que é divorciado, dedica grande parte do tempo à filha Beatriz, de 6 anos. Além das tarefas de pai, como buscar e levar à escola, ele gosta de acompanhar o gosto musical da menina. "Certa vez, ela me perguntou se eu prefiro músicas 'que não tenha gente cantando'. Eu confirmei. Aí ela disse: 'você não entende nada de música, pai'". A lembrança fez Rodrigo, mesmo convalescente, abrir um baita sorriso!
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