Estado de Minas ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Como os clubes recreativos de BH planejam retomar as atividades

Espaços preparam arsenal de protocolos de segurança reforçando os novos costumes


postado em 20/07/2020 14:32 / atualizado em 22/07/2020 15:51

O Minas Tênis Clube tem cerca de 82 mil associados: todos os funcionários serão testados para a COVID-19 antes da reabertura(foto: Orlando Bento/Divulgação)
O Minas Tênis Clube tem cerca de 82 mil associados: todos os funcionários serão testados para a COVID-19 antes da reabertura (foto: Orlando Bento/Divulgação)
Minas não tem mar, mas tem clubes e suas piscinas. Com espaços arborizados para atividade física e doses diárias de vitamina D, eles colaboram para manter em dia a saúde física e emocional, controlando o estresse. E para milhares de atletas de alto rendimento, que representam Minas no Brasil e no mundo, funcionam também como uma espécie de segunda casa. Com o isolamento social para controlar a expansão do Covid 19, eles estão fechados há mais de 100 dias, mas prontos para voltar à ativa com um arsenal de segurança preparado para combater a pandemia e garantir a volta gradual ao chamado "novo normal."

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O retorno prevê riscos medidos e novos costumes expressos em uma série de protocolos para a reabertura por etapas dos espaços. A higienização, que já é a marca de muitos clubes, será potencializada. O uso obrigatório de máscaras e o distanciamento social obrigatório, além de limite no número de frequentadores, fazem parte do protocolo. A Federação dos Clubes do Estado de Minas (Fecemg) apresentou à prefeitura proposta para a reabertura com segurança, mas cada clube também desenvolveu uma série de medidas e convive com a expectativa de conseguir superar a queda na receita que os atingiu fortemente. Durante a pandemia os funcionários tiveram suspenso o contrato de trabalho e os associados receberam descontos variando de 10% a 25% no valor das mensalidades. Os três clubes ouvidos por Encontro (Minas, PIC e Olympico) disseram que estudam fazer uma espécie de inscrição pela internet, para garantir que nem todo mundo resolva colocar a sunga ou o biquíni e apareça nas sedes ao mesmo tempo.

O PIC, na Pampulha, pretende voltar com 30% da capacidade: 9 mil frequentadores no total(foto: PIC/Divulgação)
O PIC, na Pampulha, pretende voltar com 30% da capacidade: 9 mil frequentadores no total (foto: PIC/Divulgação)
Com sua sede principal em Lourdes, o Minas Tênis Clube tem aproximadamente 82 mil sócios e 1.200 empregados. "Esperamos que a abertura seja progressiva, paralela aos segmentos da cidade", diz Ricardo Santiago, presidente do clube. Segundo ele à medida que as praças e espaços públicos de Belo Horizonte forem reabertos não há motivo para os clubes  permanecerem proibidos. "O controle que conseguimos fazer em lugares fechados é maior", defende. Acompanhando o ritmo da cidade, as academias, em um primeiro momento, também funcionariam com horários marcados. O mesmo pensamento vale para bares, lanchonetes e restaurantes, que seriam permitidos a partir do momento que esses setores voltassem a funcionar na cidade. Segundo Ricardo, a ideia é que as escolinhas de esportes, que atendem cerca de 18 mil alunos, sejam progressivamente reabertas junto com as escolas de BH. Para os cerca de mil atletas de alto rendimento que desde março estão com práticas remotas e deixaram os treinos coletivos e a preparação para competições, o retorno deve ocorrer só em um segundo momento, já que os esportes especializados, em sua maioria, têm o contato físico proibido pela pandemia da Covid-19.

A expectativa dos clubes era de que um início de retorno pudesse ocorrer a partir de julho, o que não se confirmou em Belo Horizonte. "Percebemos que a pandemia é algo que ninguém domina e os protocolos mudam de acordo com a gravidade da situação. Por isso é difícil prever datas", diz Ricardo. "Mas de qualquer maneira pedimos aos órgãos públicos que nos confirmem a reabertura  10 dias antes para prepararmos o retorno." No Minas, 70% dos funcionários estão com contratos suspensos e todos serão testados para a Covid-19 antes da volta ao trabalho. Toda a equipe passará por treinamento para reaprender a rotina, seguindo regras, protocolos e o uso reforçado de equipamentos de proteção. "Precisamos garantir a segurança da equipe." A limpeza será potencializada, a frequência de vestiários limitada e as catracas desligadas. Álcool em gel estará disponível por todo clube, além de coletores específicos para o descarte de máscaras. Haverá ainda distanciamento entre o mobiliário, tapetes sanitizantes e medição de temperatura. "Não podemos impedir a entrada da população de risco, mas faremos uma recomendação aos maiores de 60 anos e menores de 12", afirma Ricardo.

Olympico, no bairro Serra, tem cerca de 500 atletas de alto rendimento: retorno às atividades pode evitar que muitos talentos desistam do esporte(foto: Olympico/Divulgação)
Olympico, no bairro Serra, tem cerca de 500 atletas de alto rendimento: retorno às atividades pode evitar que muitos talentos desistam do esporte (foto: Olympico/Divulgação)
Com 70 mil metros quadrados, o Pampulha Iate Clube (PIC)  também se prepara para o retorno. O presidente Wilson Alvarenga Filho diz que a limpeza se tornou tão rigorosa que as escadas da piscina serão higienizadas praticamente a cada vez que um sócio as usar. O PIC tem cerca de 9 mil freqüentadores a expectativa é que, na volta gradual, diversos setores do clube permaneçam desativados em um primeiro momento, como as saunas. Ele também diz que a proposta é uma redução do fluxo para 30% da capacidade na primeira fase de retorno. Esportes, apenas aqueles que mantêm o distanciamento, como tênis e peteca. "Estamos também desenvolvendo uma campanha educativa para os associados", diz. "Acreditamos em uma volta com segurança,  temos uma grande área e mil árvores plantadas, onde é possível uma convivência saudável com a distância necessária e controlada."

Localizado no bairro Serra, o Olympico também aposta no controle de frequência e distanciamento. Entre as medidas a serem implantadas, o presidente Walney José Almeida diz que a medição de temperatura será obrigatória com equipe de funcionários treinados para o procedimento. Seguindo o ritmo da cidade, a venda de produtos como bebidas alcoólicas também não vai acontecer por enquanto. "Com todas as ações possíveis para controle de aglomerações, o clube está pronto para acompanhar o fluxo de reabertura de BH", afirma. O Olympico tem cerca de 500 atletas de alto rendimento e acredita que o retorno às atividades pode evitar que muitos talentos desistam do esporte. No novo normal, segurança e responsabilidade se tornam um compromisso de todos.  Novo mundo, novos hábitos.

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