Revista Encontro

ARTE

Artista plástica Sânia Fagundes dá vida ao inesperado em suas obras

Enquanto se prepara para novos desafios, ela prioriza a expressão de sentimentos em relação à simples descrição objetiva da realidade

Daniela Costa
A artista plástica Sânia Fagundes: "Pesquiso novas formas de usar suportes e técnicas, e os detalhes são presentes do acaso" - Foto: Pádua de Carvalho/Encontro
Frequentadora assídua dos museus de BH e do mundo, leitora voraz e amante da pintura. Assim se descreve a artista plástica Sânia Araújo Fagundes, de 46 anos. No dia em que teve a oportunidade de conhecer o Louvre, em Paris (França), ficou tão emocionada que sentiu febre. "Tamanha foi minha alegria ao presenciar obras tão renomadas", diz. A veia artística veio do berço. O avô Fagundes gostava de desenhar e dizem que a neta também herdou a mão da vovó Laura, conhecida por suas habilidades na cozinha. Da avó Geralda puxou o gosto pela moda. "Ela costurava e fazia crochê com maestria e muita delicadeza".

Em meio a tantos talentos, cresceu lendo Turma da Mônica, de Maurício de Sousa.
Ainda menina, já desenhava o Cebolinha sem observar. Encantada por tintas e lápis de cor, com o passar dos anos assumiu o estilo expressionista contemporâneo, movimento artístico e cultural de vanguarda, que surgiu na Alemanha no início do século XX, valorizando a expressão do artista. "Minha alma é composta de cores fortes e vibrantes. Pesquiso novas formas de usar suportes e técnicas, e os detalhes são presentes do acaso", diz.

Obras são produzidas com tinta acrílica sobre tela e carvão vegetal: para dar vida ao inesperado - Foto: Pádua de Carvalho/EncontroDando prioridade à expressão de sentimentos em relação à simples descrição objetiva da realidade, utiliza tinta acrílica sobre tela e carvão vegetal para dar vida às obras. Adepta do inesperado, não segue roteiros e transforma o acaso em algo proposital. Inspirada por artistas como Gustavo Klint, Van Gogh, Glaucco Moraes e Eduardo Vieira, se prepara para participar da exposição de aniversário de cinco anos da Art Lab Gallery, em São Paulo. Outras duas mostras coletivas e uma individual também estão previstas para este ano.

Na série "Poéticas da Forma", em execução, Sânia pretende despertar a curiosidade do espectador de forma que se imagine na plástica da obra, fazendo com que sua participação seja recíproca. "Meu intuito é que o observador se insira dentro da experiência de observar". Convicta de que a arte caminha junto com a literatura, ela também se prepara para o lançamento, em junho, do conto ilustrado Sr Coelho, realizado em parceria com a artista Nami Vianna. "Trata-se da história de um adorável coelhinho da páscoa que sofre de esgotamento devido às grandes demandas de trabalho na pandemia." Apesar de parecer infantil, é um livro para adultos que reflete sobre os desafios da atualidade. z
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