
O Commander chega em quatro versões (Limited e Overland 1.3 flex; Limited e Overland diesel) sem qualquer opcional, uma forma para racionalizar a produção naturalmente mais restrita de um SUV que tem preços entre R$ 200 mil e R$ 280 mil. O design nos remete ao do Compass, chamando a atenção os detalhes, como os faróis full-LED, luzes diurnas sobre eles e as setas de direção dinâmicas. A traseira é o ângulo de maior personalidade do Commander, onde se destacam lanternas horizontais em LED e os vários detalhes cromados.

A lista de equipamentos de conforto, assistência à condução e segurança é extensa e coloca o Commander em condição de brigar com modelos até bem mais caros. De série, todas as versões têm, por exemplo, sete airbags, alerta de ponto cego, carregador de celular por indução, frenagem automática de emergência, assistente de estacionamento, controle de velocidade adaptativo, sistema de manutenção em faixa e de reconhecimento de placas, farol alto automático, banco do motorista com regulagem elétrica – também no do carona nas versões superiores - e detector de fadiga.

O Commander tem os mesmos motores 1.3 turboflex de 185 cv do Compass, acoplado ao câmbio automático de seis velocidades, e 2.0 turbodiesel de 170 cv, com câmbio de nove marchas, tração 4×4, seletor de pisos e controle automático de descida. A garantia do novo SUV é de três anos, com revisões a cada 12 mil quilômetros ou um ano para as versões turbo flex 4×2 e 20 mil quilômetros ou um ano para as diesel 4×4. Mas quem comprar o Commander até 7 de outubro, quando termina o período de pré-venda, não pagará as três primeiras revisões.

Essa migração deverá, sim, ocorrer em alguns casos, mas nem todos que buscam um SUV sofisticado desejam ou precisam de um veículo com as avantajadas dimensões do Commander. Até porque a estrutura de vias públicas, vagas e estacionamentos no Brasil torna as manobras e dirigibilidade de veículos de maiores dimensões um tanto quanto complicada.

Não deixa de ser um sinal positivo do que o Commander pode representar nos licenciamentos da marca. Dentre os modelos citados por Aquino, o líder tem sido o SW4 há tempos. Em 2019, por exemplo, o SUV da Toyota acumulou mais de 13,5 mil licenciamentos, encerrou o ano passado com 9,1 mil e em 2021, até julho, com o mercado em recuperação, superou 7,3 mil unidades, sinalizando a volta ao patamar pré-pandemia. Nos bastidores, a expectativa é de vendas de pelo menos 1 mil unidades do novo SUV a cada mês, fortalecendo assim a liderança da marca no segmento, hoje de 23% com Renegade e Compass, além das participações dos importados Cherokee e Wrangler.
Apesar dos preços sobrepostos em alguns casos, Aquino entende que o Commander não roubará vendas do Compass de modo significativo. O público e a proposta do produto, justifica, são diferentes. De fato, além dos dois bancos adicionais, porte, espaço interno e equipamentos colocam o novo SUV em outro patamar. Ainda este ano o Jeep Commander será exportado para outros mercados da América Latina. O modelo, concebido pela engenharia brasileira da Stellantis, é inédito no mundo. Uma versão é fabricada na China, mas, segundo a montadora, totalmente distinta do Commander brasileiro, que utiliza a mesma plataforma do Compass, do Renegade e do Fiat Toro.