10 suplementos alimentares essenciais para a saúde

Hambúrguer, chocolate, refrigerante, sorvete, batata frita. Atire o primeiro biscoito recheado quem nunca caiu na tentação de consumir esses e outros produtos industrializados. A era pós-moderna trouxe novos hábitos individuais e costumes compartilhados pela coletividade que influenciam diretamente na saúde e bem-estar da população. Com a urbanização e industrialização, os hábitos alimentares foram redefinidos e, segundo os especialistas, não para melhor. O excesso de consumo de produtos processados provocou uma transição que tem levado milhões de pessoas em todo o planeta a dietas calóricas, ricas em açúcares e gorduras, e com baixo teor nutricional. Um campo fértil para o surgimento das mais variadas doenças, entre elas câncer, problemas cardíacos, distúrbios digestivos, diabetes e obesidade.

Nesse cenário, os chamados "suplementos alimentares" têm se tornado cada dia mais procurados, sobretudo por aqueles que não dispõem de tempo para  manter uma alimentação equilibrada. Como o próprio nome diz, suplemento é o ato de suplementar, complementar algo que está em falta. "É preciso destacar que a finalidade destes produtos é fornecer doses de vitaminas, minerais e outras substâncias com o intuito de complementar e não substituir os alimentos de uma dieta", explica a nutróloga Letícia Castro de Lacerda Gontijo, coordenadora do Núcleo de Nutrologia do Hospital Felício Rocho. De modo geral, os suplementos são indicados em casos de carências da dieta, dificuldade de absorção dos alimentos ou aumento da demanda por alguma doença ou circunstância específica como, por exemplo, atletas de alta performance.

A dicotomia entre a praticidade do consumo de alimentos processados e a necessidade de se adotar um estilo de vida saudável fez surgir a geração saúde. A década de 1980 deu início à era das academias, dos corpos sarados, dos alimentos light e diet, das dietas e dos complementos alimentares para enriquecer nutricionalmente as refeições. Muito usados por atletas e praticantes de atividades físicas, os suplementos vieram depois, passando a ser tidos como fundamentais por muitos especialistas. "Adultos com faixa etária a partir dos 40 anos têm tendência a perdas de nutrientes e para evitar doenças causadas por carências nutricionais, essas deficiências devem ser tratadas", diz Fabiana Guerra, nutricionista clínica, esportiva e funcional da Santa Casa BH.

O químico Diogo Heleno Campos explica que existem vários tipos de nutrientes, que em geral podem ser divididos em não-essenciais (aqueles que podem ser produzidos pelo corpo a partir de outros compostos) e nutrientes essenciais (aqueles que o organismo humano não é capaz de produzir). "Mesmo uma alimentação saudável pode não ser suficiente para suprir todas as nossas necessidades de nutrientes essenciais, quando surge a necessidade da suplementação", diz ele. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem para tratar, prevenir ou curar doenças. Sua finalidade seria fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação.

Seu uso, contudo, deve ser orientado por um profissional da saúde, após a realização de exames que comprovem a carência de nutrientes no organismo. O consumo em doses altas pode sobrecarregar órgãos de base como fígado e rins. Entre os suplementos ditos essenciais estão o ferro, cálcio, vitaminas do complexo B, vitamina D e C, além do colágeno. Mas a lista vai muito além, com a promessa de prolongar a juventude. "Há uma grande diferença entre envelhecer e ficar senil. E é fato que cada indivíduo envelhece de maneira diferente, mesmo tendo a mesma faixa etária", diz Moacir Rosa, bioquímico especializado em fisiologia. 

De acordo com Moacir, doenças degenerativas como alzheimer, parkinson e diabetes não são necessariamente consequências da idade, mas, sim, de estilo de vida. "A prática regular de exercícios físicos, o combate ao estresse e dormir bem é um tripé essencial para envelhecer de forma mais lenta e não desenvolver algumas doenças. A suplementação vem para agregar", diz. Ele explica que alimentos processados, excesso de álcool e o tabagismo, geram um estresse oxidativo que resulta no envelhecimento precoce. "Algumas substâncias ajudam a combater esse processo, a exemplo da fisetina, quercetina, a epigalocatequina-galato, a clássica vitamina C e a cúrcuma", diz Moacir. Mas lembra que nada dispensa a necessidade de uma alimentação balanceada, rica em vegetais e frutas, gorduras boas e proteínas. Além da orientação de um bom profissional.