A princípio, a estética de Mies era voltada para a utilização mínima de elementos associada à funcionalidade industrial. O que não se imaginava é que o estilo fosse varar o tempo e ser tendência na era contemporânea. A sobriedade das formas, a pureza das linhas e o equilíbrio dos volumes tornaram-se sinônimo de bom-gosto, estilo e personalidade. "Uma das vantagens de um projeto minimalista é o aprendizado que traz para a vida pessoal. As pessoas passam a valorizar a qualidade dos produtos e não a quantidade", diz Márcia Mundim, arquiteta, urbanista e designer de interiores.
A essência minimalista estimula o despertar dos sentidos para criar, desfrutar e promover a integração entre as pessoas, as artes, a saúde e o meio ambiente, e não se perder no consumismo. Reavivando, inclusive, a importância de objetos que possuam algum valor sentimental. Em um contraponto ao excesso de elementos, ruídos e poluição visual, valoriza a singeleza das formas geométricas, associadas à sofisticação do aço, vidro e madeira. "É uma tendência totalmente atemporal e sem modismos, e por isso não fica ultrapassada", diz Ana Paula Paolinelli, arquiteta e design de interiores. Marcada pela utilização de poucos móveis e adornos, tem como principais características a prevalência de linhas retas, espaços amplos e o uso de cores mais sóbrias com bases neutras, como o cinza, branco e bege. "Essa visão funcional pode ser direcionada à criação de projetos que já tragam soluções nas plantas, prevendo mobiliários e acabamentos", diz o arquiteto e urbanista Junior Piacesi. A partir do ano 2.000 percebeu-se a necessidade de espaços mais atraentes e menos impessoais. Desde então, as cores também passaram a ser utilizadas na decoração de ambientes minimalistas, mas apenas de forma pontual, destacando alguns objetos. Para quem quer se aventurar pelo conceito, a dica é eliminar os excessos e optar por móveis que, além de beleza, agregam funcionalidade.
A proposta do estilo está no design inteligente, em móveis funcionais e materiais mais lineares. "Acredito que o ambiente minimalista precisa ter o essencial, mas de acordo com a necessidade do espaço. Sem extremos", diz a designer de interiores Cícera Gontijo. Com um pouco de criatividade, também é possível reaproveitar elementos da decoração já existentes em casa para repaginar os ambientes. A iluminação segue sendo um dos pontos chaves e deve ser cuidadosamente pensada, conciliando a luz natural com a artificial. Já a conexão com o meio ambiente pode ser feita com o charme e frescor das plantas naturais. "A ideia é valorizar a qualidade em oposição à quantidade. Apostar em itens pontuais e marcantes, como peças assinadas, é uma escolha certeira", diz a arquiteta e designer de interiores Manuela Senna. Veja a seguir alguns exemplos de ambientes que apostam na tendência.